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Rússia vai prosseguir ofensiva militar na Ucrânia mesmo que Kiev desista da NATO

27 ago, 2022 - 06:11 • Marisa Gonçalves

A posição foi defendida por Dmitry Medvedev, em entrevista a um canal francês de televisão. O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia também diz que Moscovo admite negociações, mas tal “dependerá do evoluir da situação” no terreno.

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O ex-presidente russo e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que mesmo que a Ucrânia renuncie à participação na NATO, isso “é vital, mas não suficiente para estabelecer a paz”. A declaração foi proferida em entrevista à televisão francesa LCI, esta sexta-feira.

Na mesma entrevista assegurou que a Rússia vai continuar a campanha militar até que os objetivos sejam alcançados.

“Os interesses vitais da Rússia já estava a ser ameaçados. É por isso que está a ser conduzida esta operação especial militar. Para defender Donbass, desmilitarizar as forças armadas ucranianas e desnazificar aquele país", alegou.

“Passámos oito anos a tentar resolver este problema pacificamente. No entanto, cidadãos ucranianos e russos continuaram a ser mortos noDonbass durante esse período. As pessoas morreram em resultado de ações militares encenadas por oficiais ucranianos”, acrescentou.

Na mesma entrevista à televisão francesa LCI, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia considera que as perspetivas de negociações para um cessar-fogo vão depender “do desenvolvimento da situação”.

Dmitry Medvedev lembrou que já ocorreram conversações na Bielorrússia, assim como na Turquia, e culpou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pelo impasse.

“A certa altura, as autoridades ucranianas, lideradas por Zelensky, disseram que não precisavam dessas conversações e que queriam continuar a guerra até a vitória final. Eles estão a tentar pressionar as negociações, no entanto, já lhes foi transmitido, tanto pelo nosso presidente, como por outros participantes, que tal reunião só será possível sob certas condições", sublinhou.

Acusações ao Ocidente

O ex-Presidente da Rússia acusa ainda os países do Ocidente de estarem a conduzir “uma guerra por procuração”, na Ucrânia.

“Os Estados Unidos, o mundo ocidental, a NATO e lamentavelmente a França, até certo ponto, estão a levar a cabo uma chamada guerra por procuração contra a Rússia. De tal forma, que não estão a fazer nada para acabar com o conflito. Pelo contrário, procuram alimentá-lo fornecendo várias armas ofensivas, desde armas de fogo até aos múltiplos sistemas de lançamento de mísseis de alta precisão, como o famoso HIMARS”, declarou.

Medvedev afimou que, por agora, esse mesmo sistema de artilharia fornecido à Ucrânia pelos Estados Unidos não constitui "uma ameaça séria" à Rússia, mas tudo depende da categoria dos foguetes e do alcance. "Significa que quando este tipo de míssil voa 70 km, é uma coisa. Quando o seu alcance é de 300 a 400 km, é outra questão bem diferente. É uma ameaça direta ao território da Federação Russa", especificou.

Recentemente, Dmitry Medvedev publicou na rede Telegram, um mapa para ilustrar o território que a Rúsia acredita poder conquistar na Ucrânia. De acordo com essa publicação, a Ucrânia ficaria reduzida à capital, Kiev e uma área circundante. Sete regiões a oeste seriam anexadas pela Polónia e outras três, a sudoeste, pela Hungria e Roménia. O resto do país seria totalmente absorvido pela Rússia


A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.

Comentários
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  • HILDBRANDO BOTURA
    27 ago, 2022 Estoril 18:35
    O criminal payaso que mata os seus ci is deveria ser julgado e acabava a guerra..
  • Cidadao
    27 ago, 2022 Lisboa 12:05
    Este fantoche do Medvedev, só é útil para se perceber o que vai na tola da canalha russa, de resto é perda de tempo estar sequer a ouvi-lo. Negociações e possíveis desistências de NATO e/ou UE, far-se-iam antes duma invasão. A partir do momento em que a invasão ocorreu, essa negociação acabou e agora são as armas que falam, e a Ucrânia, depois da UE, deve pedir a entrada na NATO, mesmo sendo País em guerra. Podem dar ou não, mas a Ucrânia deve tentar. Quanto ao resto, é conversa de chacha que não passa da realidade alternativa louca, vinda da Rússia, e que só há uma maneira de combater, que é a tiro. O Ocidente deve manter e reforçar o mais que puder o apoio militar à Ucrânia, e os governos dos Países Ocidentais devem pôr-se em campo para resolver os seus próprios problemas de inflação, refugiados, necessidades dos países e povos que governam, em vez de andarem para aí sorridentes, a pensarem no tacho seguinte em Bruxelas, ou pior, a prepararem uma capitulação encapotada a Moscovo, à custa de quem, não sendo da NATO nem da UE, está a lutar por ambos, que é a Ucrânia.

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