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Joaquim Chissano

O apelo ao diálogo de quem assinou os acordos de paz em Moçambique

24 out, 2013 - 08:04

Em declarações exclusivas à Renascença, Joaquim Chissano comenta o momento actual e sublinha que o povo moçambicano tem de ser firme para garantir a manutenção da paz que o país conquistou em 1992.

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O antigo Presidente de Moçambique considera que a Renamo e a Frelimo devem avançar para negociações e sem mediadores. Joaquim Chissano assinou, em 1992, os acordos de paz com Afonso Dhlakama.

Em entrevista exclusiva à Renascença, o antigo chefe de Estado defende que o povo moçambicano tem de ser firme e garantir a manutenção da paz. Só assim conseguirá evitar uma potencial escalada da violência.

“O que posso dizer é que o povo moçambicano deve continuar firme na protecção da paz e não se deixar desviar do seu objectivo principal por incidentes que vão acontecendo aqui e acolá. Todo o povo moçambicano deve manter-se firme na preservação da paz da unidade nacional”, afirma.


Como é que se deve trazer de novo a Renamo ao diálogo? Como evitar a ocorrência de mais incidentes? Pergunto a si, que conseguiu a paz com esta Renamo.
O povo moçambicano deve fazer isso que estou a dizer mesmo para preservar o diálogo, para preservar a paz, preservar a unidade nacional.

Não receia que esta decisão da Renamo, de rasgar os acordos de paz, possa descambar num cenário de violência mais amplo?
É por isso que temos que lutar, para evitar.

Mas há esse risco?
Eu creio que o povo moçambicano está decidido. Se está decidido, esse risco não pode concretizar-se.

Quem seria a entidade mais eficaz para mediar de novo o retomar das negociações?
A própria Renamo, o próprio Governo, com o apoio do povo moçambicano, como tem estado a acontecer. É o caminho mais directo. Não há nenhum mediador isolado que possa resolver este problema.

O que é que o senhor, enquanto antigo chefe de Estado, diz hoje a Afonso Dhlakama e também, necessariamente, a Armando Guebuza?
A mesma coisa que acabo de dizer. Quando digo povo, incluo todos. Não tenho nada de mensagens especiais para uns e para outros. Aquilo que acabo de dizer aplica-se a todos.

E tem a esperança de que impere o bom senso de ambas as partes?
O meu papel é expressar aquilo que eu acho que é a vontade do nosso povo. Agora, como isso vai ser respondido depende de cada um.
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