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Human Rights Watch denuncia tortura e execuções pelas forças russas

18 mai, 2022 - 09:15 • Lusa

"Desde a invasão russa da Ucrânia a 24 de fevereiro, as forças russas têm estado implicadas em numerosas violações das leis de guerra", salienta a ONG.

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A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) denunciou esta quarta-feira execuções sumárias, torturas e outros abusos graves cometidos sobre civis pelas forças russas que controlam grande parte das regiões ucranianas de Kiev e Chernihiv.

Os casos terão acontecido entre finais de fevereiro e em março, acrescentou.

A HRW visitou em abril 17 aldeias e pequenas cidades das regiões de Kiev e Chernihiv.

"As numerosas atrocidades cometidas pelas forças russas, que ocupam partes do nordeste da Ucrânia, no início da guerra são repugnantes, ilegais e cruéis", disse o diretor para a Europa e a Ásia Central da ONG, Giorgi Gogia.

"Estes abusos contra civis são crimes de guerra evidentes que devem ser imediata e imparcialmente investigados", defendeu.

A HRW entrevistou 65 pessoas entre 10 de abril e 10 de maio, incluindo ex-detidos, sobreviventes de tortura, famílias de vítimas, e outras testemunhas. Por outro lado, também examinou provas físicas nos locais onde teriam ocorrido alguns dos abusos, bem como fotografias e vídeos partilhados por vítimas e testemunhas.

"Desde a invasão russa da Ucrânia a 24 de fevereiro, as forças russas têm estado implicadas em numerosas violações das leis de guerra que podem corresponder a crimes de guerra e crimes contra a humanidade", salientou a ONG, que tinha já documentado execuções sumárias em Bucha e em várias outras cidades e aldeias do nordeste do país durante a ocupação das forças russas em março.

A guerra na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas - cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,2 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa - justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

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