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Papa alerta para o sofrimento e perda de dignidade causados pelo desemprego

22 set, 2013 - 09:42 • Ecclesia

Em Caligari, Francisco falou numa crise não só económica, mas também ética, espiritual e humana, alertando para “um sistema que leva a esta tragédia e que tem no centro um ídolo que se chama dinheiro”.

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O Papa apelou este domingo na ilha da Sardenha a uma solução para a situação de crise económica e desemprego que se vive em vários países, um “desafio histórico”, apelando ao respeito pela “dignidade” dos trabalhadores.

Francisco falou numa crise não só económica, mas também ética, espiritual e humana, alertando para as “consequências de uma escolha mundial, de um sistema económico que leva a esta tragédia e que tem no centro um ídolo que se chama dinheiro”.

Na intervenção inaugural da segunda visita a uma cidade italiana, em Cagliari, o Papa destacou o “sofrimento” gerado pela crise económica e pela “falta de dignidade” provocada pela falta de trabalho.

Francisco deixou de lado o texto que tinha preparado e voltou a manifestar preocupações com a “eutanásia escondida” dos mais velhos e pela falta de trabalho para os mais novos.

“Num mundo onde as jovens gerações não têm trabalho, não há futuro, porque eles não têm dignidade”, observou.

O Papa pediu que sejam colocadas no centro da resposta política e económica “a pessoa e o trabalho”, com “solidariedade e inteligência”.

“Queremos um sistema justo”, com “o homem e a mulher ao centro”, em vez do actual “sistema económico globalizado”, acrescentou.

“Infelizmente, em especial quando há uma crise e a necessidade é grande, aumenta o trabalho desumano, o trabalho-escravo, o trabalho sem a justa segurança, ou então sem respeito pela criação, sem respeito pelo descanso, pela festa e pela família, o trabalhar ao domingo quando não é necessário”.

O Papa concluiu com uma oração, na qual pedia a Deus que ensinasse todos a “lutar pelo trabalho”.

Mais tarde, na homilia da missa celebrada no Santuário de Nossa Senhora de Bonaria, o Papa Francisco apelou à colaboração de todos, também da Igreja, para assegurar os direitos fundamentais de cada pessoa, em particular dos que sofrem as consequências da crise.

Porque está de visita à Sardenha, o Papa lembrou que aquela bela região italiana sofre há muito tempo com as situações de pobreza, acentuadas também pela sua condição insular.

“É necessária a colaboração leal da parte de todos, com o empenho dos responsáveis das instituições, também da Igreja, para assegurar às pessoas e às famílias os direitos fundamentais e fazer crescer uma sociedade mais fraterna e solidária.”

“Assegurar o direito ao trabalho, o direito a trazer pão para casa, pão ganho com o trabalho!”, exortou o Papa.
 
Francisco pediu ainda um olhar para os que mais precisam. “Olhemo-nos de modo mais fraterno! Há pessoas a quem instintivamente não ligamos e que, pelo contrário, precisam muito: os mais abandonados, os doentes, os que não conhecem Jesus, os jovens em dificuldade.”

“Não tenhamos medo de sair o olhar para os nossos irmãos com o olhar de Nossa Senhora. E não permitamos que alguma coisa ou alguém se entreponha entre nós e o olhar de Nossa Senhora”, acrescentou.

Papa vai ainda encontrar-se com pobres e reclusos e discursar na  Faculdade de Teologia sobre o mundo da cultura. A visita termina com um encontro com jovens.

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