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Moscovo ameaça com escalada dos preços dos gás

27 abr, 2024 - 12:46 • Miguel Marques Ribeiro com Reuters

A União Europeia prepara-se para incluir o gás natural liquefeito num novo pacote de sanções à Rússia.

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O novo pacote de sanções à Rússia que a EU está a preparar vai ter como resultado a subida acentuada dos preços do gás, disse o Kremlin neste sábado, afirmando que qualquer medida funcionaria como um tiro pela culatra para a indústria europeia e que só beneficiaria, em última instância, os Estados Unidos.

Espera-se que no próximo pacote de medidas, a Comissão Europeia proponha pela primeira vez restrições ao gás natural liquefeito russo. Em discussão está uma eventual proibição de transbordos na UE e medidas restritas em relação a três explorações russas de gás natural, adiantaram à Reuters fontes da UE na quinta-feira.

"As tentativas de expulsar a Rússia dos mercados energéticos e de mudar para mercados mais caros continuam", contrapôs Dmitry Peskov, em declarações aos jornalistas. O porta-voz do Kremlin defendeu que quaisquer novas restrições da UE beneficiariam apenas os Estados Unidos e significariam que a indústria europeia pagaria mais pelo seu gás.

“É claro que, em qualquer caso, procuraremos formas de superar estes obstáculos ilegais, a concorrência desleal e as ações ilegais”, acrescentou Peskov.

China é "parceiro próximo" da Rússia

Já sobre a viagem à China do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o Kremlin optou por desvalorizar, sublinhando que os laços com Pequim não serão quebrados.

Peskov garantiu que a China “é nosso parceiro próximo” e que as relações entre os dois países vão-se intensificar no futuro. “Desenvolveremos ainda mais a nossa cooperação."

Questionado sobre a pressão dos EUA sobre a China, o representante de Putin declarou que “A China é um Estado absolutamente soberano, um Estado poderoso que é capaz de defender e proteger os seus interesses”.

Antony Blinken levantou preocupações na sexta-feira sobre o apoio da China às forças armadas da Rússia, apresentando-o como um fator que ameaça prejudicar a recente melhoria nas relações entre as duas maiores economias do mundo.

Apesar da sua parceria “sem limites” com Moscovo, a China evitou fornecer armas para a guerra da Rússia na Ucrânia, mas Blinken disse que o seu fornecimento dos chamados bens de dupla utilização estava “a ter um efeito concreto na Ucrânia”.

Já sobre uma hipótese de tréguas frente à Ucrânia, Moscovo considera que não há condições para o diálogo porque, diz o Kremlin, Kiev não quer sentar-se à mesa das conversações.

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