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Guerra na Ucrânia

Royal Opera House dispensa maestro russo "face à situação atual na Ucrânia"

07 mar, 2022 - 19:35 • Lusa

A decisão de dispensar o maestro Pavel Sorokin surgiu dias dias depois de a Royal Opera House, sediada em Londres, ter anunciado o cancelamento das apresentações que o Ballet de Bolshoi teria no verão.

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O maestro russo Pavel Sorokin foi dispensado da Royal Opera House, no Reino Unido, por causa da invasão militar da Rússia na Ucrânia, revelou esta segunda-feira a agência France-Presse (AFP), citando fontes da instituição.

Segundo a Royal Opera House, "face à situação atual na Ucrânia", não será possível ter Pavel Sorokin, maestro na Orquestra de Bolshoi, a dirigir o Royal Ballet.

A decisão surge dias dias depois de a Royal Opera House, sediada em Londres, ter anunciado o cancelamento das apresentações que o Ballet de Bolshoi teria no verão, precisamente pelas mesmas razões.

Pavel Sorokin estreou-se no Royal Ballet, em Londres, em 2007, com uma apresentação do "Lago dos Cisnes", e desde então tem colaborado regularmente com a companhia britânica.

Desde que a Rússia lançou uma ofensiva militar contra a Ucrânia, no passado dia 24 de fevereiro, têm-se sucedido as decisões de boicote à Rússia e declarações de apoio e solidariedade à Ucrânia.

A AFP também noticiou esta segunda-feira que o bailarino brasileiro David Motta Soares, um dos principais solistas do Ballet de Bolshoi, se demitiu de funções nesta companhia, em solidariedade para com as vítimas ucranianas.

No domingo, o maestro russo Tugan Sokhiev demitiu-se do cargo de diretor musical do Teatro Bolshoi, em Moscovo, e da Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse (França), dizendo-se pressionado a tomar uma posição sobre a invasão russa.

Também no domingo, a plataforma de 'streaming' Netflix revelou a suspensão das suas operações na Rússia, seguindo várias outras empresas que anunciaram nos últimos dias a suspensão das atividades no país.

Na semana passada, a União Europeia de Radiodifusão excluiu a Rússia de participar no 66.º Festival Eurovisão da Canção e a Bienal de Veneza anunciou que não aceitará a presença, nos seus eventos, de instituições ou personalidades ligadas ao regime russo, embora admita abrir as portas aos que "defendem a liberdade de expressão" contra a "inaceitável" invasão da Ucrânia.

Também a Academia Europeia de Cinema e vários festivais, nomeadamente os de Cannes e Toronto, condenaram o regime de Vladimir Putin pela guerra desencadeada contra a Ucrânia.

O coreógrafo norte-americano John Neumeier, responsável pelo Ballet de Hamburgo e pelo Centro de Dança da cidade alemã, publicou esta segunda-feira, no Facebook, que "não haverá um único artista, bailarino a precisar de ajuda", em Hamburgo, a quem não tente dar resposta. "Farei tudo o que estiver ao meu alcance para proteger e ajudar pessoas, artistas e bailarinos vindos da Ucrânia", acrescentou.

"Nenhuma palavra é suficientemente precisa ou poderosa para descrever a situação indescritível na Ucrânia - a perda de vidas, a emigração forçada, a miséria humana, mas também a bravura e o heroísmo do povo ucraniano", escreveu o coreógrafo, que, com a sua companhia, prepara a estreia do bailado sobre "A Paixão Segundo São Mateus", de Johann Sebastian Bach, em Los Angeles.

"O hino nacional ucraniano ressoará antes da estreia do Ballet de Hamburgo e antes de as primeiras notas da 'Paixão de São Mateus' soarem na noite de 12 de março, em Los Angeles. A Ucrânia e o seu povo têm o meu mais profundo apoio", concluiu o criador de bailados como "Hamlet Connotations" e "Getting Closer".


A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a Organização das Nações Unidas.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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