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Embaixadora pede apoio de Portugal na adesão da Ucrânia à UE

28 fev, 2022 - 14:49 • Lusa

Inna Ohnivets pede ao Governo de Lisboa que encare a possibilidade de romper relações com a Rússia.

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A embaixadora da Ucrânia em Portugal pediu hoje o apoio do Governo português na adesão do país à União Europeia e que considere a possibilidade de romper relações com a Rússia, agradecendo as sanções e a assistência militar.

"As sanções introduzidas pela União Europeia, inclusive Portugal, são muito efetivas na área da economia", afirmou a embaixadora ucraniana em Portugal, Inna Ohnivets, realçando ainda a interdição de companhias russas no espaço aéreo europeu: "Estas medidas afetam a economia da Rússia e isso pode ajudar a Rússia a considerar que é necessário parar a guerra contra a Ucrânia".

Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, para apresentação de medidas destinadas a apoiar as famílias ucranianas na capital portuguesa, Inna Ohnivets pediu o apoio de Portugal à iniciativa anunciada pelo Presidente da Ucrânia de adesão do país à União Europeia.

"Também gostaríamos de pedir, de considerar, a possibilidade de romper as relações entre Portugal e a Federação Russa. Esta medida é muito dura, mas é justa neste tempo, porque atualmente temos a situação quando os ocupantes russos matam. Estão a matar os ucranianos no nosso país, nomeadamente as crianças. Já morreram 16 crianças", declarou a embaixadora da Ucrânia.

A diplomata ucraniana agradeceu a ajuda de Portugal pela assistência militar e no fornecimento dos materiais militares, referindo que "isso é um sinal forte" para o povo ucraniano.

"Lutamos não só pela Ucrânia, mas também por toda a Europa", frisou Inna Ohnivets, adiantando que o exército ucraniano "luta muito bem", mas é preciso também ajuda da parte da União Europeia.

Para o presidente da Câmara de Lisboa, o ex-comissário europeu Carlos Moedas (PSD), o que se está a passar na Ucrânia, com uma ofensiva militar por parte da Rússia, é "inqualificável e inaceitável".

"Vivemos momentos muito tristes, muito difíceis no mundo, para aqueles que acreditamos na Europa é o momento crucial para todos nós, porque é um momento que vai definir o nosso futuro, a Europa foi a construção da paz nos últimos 70 anos e hoje, infelizmente, de uma forma inqualificável e inaceitável, vemos o que se está a passar na Ucrânia", afirmou o autarca de Lisboa.

Sobre as medidas tomadas pela União Europeia contra a Rússia, o ex-comissário europeu considerou que foram "sem precedentes na história da União Europeia" e que tiveram um efeito de "união da própria União", já que nunca se viu a "União Europeia tão unida nos últimos anos" como agora, além da ajuda "inédita em termos de armamento à Ucrânia".

"Esta ligação entre a União Europeia, por um lado com as medidas essenciais para parar o conflito com a ajuda das cidades, com uma plataforma onde podemos concretamente ajudar as pessoas, acho que é único naquilo que vai ser a história da União Europeia e também a história das cidades que estarão abertas para ajudar em concreto as pessoas", declarou Carlos Moedas, realçando a inclusão de Lisboa no movimento de apoio ao povo ucraniano.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de quase 500 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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