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Conflito entre Rússia e Ucrânia faz subir preços do gás e petróleo

22 fev, 2022 - 14:31 • Rosário Silva com Lusa

Nas ultimas 24 horas o barril do petróleo atingiu os 99,01 dólares, com possibilidade de continuar a subir. Por sua vez, o gás natural chegou aos 77 euros por megawatt hora, esta terça-feira. Tudo devido às tensões progressivas entre a Rússia e a Ucrânia.

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Com a ameaça de uma guerra na Europa de Leste, o mercado agita-se e os preços da energia já refletem esse nervosismo.

Por exemplo, o gás natural TTF (Title Transfer Facility) para entrega em março, subiu 7% no mercado da Holanda, nesta manhã de terça-feira, por volta das 9h30, em Lisboa, para 77 euros por megawatt hora (MWh), devido às tensões crescentes entre a Rússia e a Ucrânia.

A mesma matéria-prima, que na segunda-feira fechou a 71,85 euros, esteve perto dos 80 euros nos primeiros minutos da sessão de hoje.

Esta subida reflete a decisão de Vladimir Putin de reconhecer como independentes as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia oriental.

Após os máximos históricos no final de 2021, o gás natural não atingiu 100 euros por MWh em qualquer ocasião desde o início do ano, embora os preços atuais sejam quase quatro vezes o preço de 19,3 euros por MWh que custava há um ano.

O elevado preço do gás natural, juntamente com o aumento dos custos de emissão de dióxido de carbono (CO2), é a causa da subida dos preços da eletricidade nos mercados grossistas em toda a Europa.

Também o preço do petróleo Brent para entrega em abril continuou nesta terça-feira a forte tendência ascendente, tendo atingindo 99,01 dólares, mais 3,79% do que no fecho de segunda-feira.

O ouro negro está a subir devido aos receios dos mercados de que a crise entre a Rússia e a Ucrânia possa perturbar o abastecimento de petróleo, uma vez que o país de Putin é o segundo maior exportador de petróleo depois da Arábia Saudita, mas também o maior produtor de gás natural.

Nos EUA, o petróleo WTI (West Texas Intermediate), que não foi negociado na segunda-feira devido ao feriado nacional dos EUA do Dia do Presidente, aumentou hoje mais de 3% antes da abertura oficial do mercado.

Analistas consultados pela Lusa anteciparam em 14 de fevereiro que o preço do barril de petróleo Brent pudesse ultrapassar a barreira dos 100 dólares a curto prazo.

"De facto, existe a possibilidade de o petróleo vir a atingir três dígitos, se o conflito entre a Rússia-Ucrânia se intensificar nos próximos dias e se não surgirem novos desenvolvimentos em torno das negociações", disse o analista Henrique Tomé, da corretora XTB.

Por sua vez, Ricardo Marques, analista da IMF - Informação de Mercados Financeiros, explicou que, aliado à tensão entre a Ucrânia e a Rússia, a OPEP e os seus aliados estão a produzir abaixo do estabelecido nas últimas reuniões.

Assim, a produção dos EUA continua "muito abaixo dos níveis a que se produzia antes da pandemia" e o consumo de combustíveis tem vindo "a subir à medida que as restrições associadas à pandemia vão sendo levantadas", o que está a influenciar o aumento dos preços.

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