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Repórter grávida retida no Afeganistão autorizada a regressar à Nova Zelândia

01 fev, 2022 - 19:38 • Rosário Silva

Na coluna que assina para o New Zealand Herald, a jornalista contou que o governo neozelandês rejeitou o seu pedido de regresso a casa para dar à luz, por causa da pandemia. Foi no Afeganistão que encontrou um porto de abrigo.

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Depois de ver negada a entrada na Nova Zelândia por causa das medidas de restrição associadas à Covid-19, a jornalista Charlott Bellis, que está grávida, vai poder finalmente regressar a casa.

O Governo neozelandês aceitou, finalmente, receber a cidadã que, de acordo com as suas próprias declarações, acabou por pedir ajuda ao regime Talibã, que lhe ofereceu refúgio no Afeganistão, após não ter tido permissão para regressar ao seu país.

Com 35 anos, a repórter Charlotte Bellis, confirmou que vai regressar à Nova Zelândia para o nascimento da sua filha, depois de o Governo lhe conceder uma vaga numa área de quarentena do país.

A Nova Zelândia tem em vigor apertadas medidas para controlar a propagação do coronavírus, mantendo as suas fronteiras encerradas há dois anos, dispondo de poucas centenas de quartos destinados ao isolamento, mas apenas para quem pretenda regressar ao país com urgência.

Face às dificuldades colocadas pelo seu próprio país, o caso de Charlott Bellis acabou por ter repercussões internacionais, acabando por pressionar o Governo no sentido de flexibilizar as apertadas regras fronteiriças.

Na coluna que assina para o New Zealand Herald, a jornalista contou que o executivo neozelandês rejeitou o seu pedido de regresso a casa para dar à luz, por causa da pandemia.

Na Bélgica, onde se encontrava, Bellis e o seu parceiro, com os vistos a terminar e sem possibilidade de entrar na Nova Zelândia, encontraram no Afeganistão, a alternativa que precisavam, uma vez que tinham estado em 2021 a fazer a cobertura da retirada das tropas norte-americanas.

Valendo-se dos seus contactos, a repórter conseguiu autorização e cooperação do regime Talibã, para entrar no Afeganistão, mesmo sabendo os riscos que podia correr por estar grávida e não ser casada.

"Quando os talibãs oferecem um local seguro a uma mulher grávida e solteira, sabemos que se está numa situação complicada", escreveu a jornalista.

Após esta publicação, foram feitos vários apelos às autoridades da Nova Zelândia para que ajustassem os critérios de quarentena de emergência, de modo a atender especificamente às mulheres grávidas.

Depois da luta da jornalista, o governo da Nova Zelândia acabou por autorizar o seu regresso a casa. Charlott Bellis vai poder ter a sua filha no país de origem.

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