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Portugueses no Egipto estão "todos em segurança"

16 ago, 2013 - 16:46 • José Carlos Silva

"Dia da Raiva" já fez dezenas de mortos em várias cidades. Embaixador português faz o ponto da situação, em declarações à Renascença. 

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O embaixador de Portugal no Egipto, Tânger Correia, garante à Renascença que os portugueses "estão todos bem e todos em segurança". "Enviámos um e-mail a todos a pedir que se mantivessem em casa, que respeitassem o recolher obrigatório e que comunicassem imediatamente se vissem alguma situação de perigo", acrescenta.

Tânger Correia segue com atenção o evoluir da situação e diz que os ataques que se registam no país são levados a cabo por pequenos grupos armados. "Há grupos que têm algumas armas, nomeadamente armas de ataque, e que tentam passar para a praça Ramses e para a praça Tahrir, mas os militares desta vez saíram à rua e bloquearam os acessos a essas praças."

Os confrontos durante as marchas desta sexta-feira em várias cidades do Egipto já fizeram dezenas de vítimas mortais. Há largos milhares de manifestantes nas ruas, que rumam às principais praças em protesto contra o Governo interino. É a chamada "Sexta-feira de Raiva".

Só na praça Ramses, na capital egípcia, a televisão Al Jazeera dá conta de 41 mortos, muitos deles provocados por tiros disparados de um helicóptero. Já fontes do Exército apontam para 50 mortos.

Noutra cidade, em Fayoum, fonte hospitalar avançou à agência Reuters que há cinco mortos e cerca de 70 feridos. Há ainda indicação de vítimas mortais nas cidades de Damietta e Ismailia.

Há grupos, aparentemente de civis, que transportam armas e efectuam disparos em zonas que estão a ser vigiadas por militares.

O actual clima de tensão no Egipto iniciou-se a 30 de Junho, quando diversos sectores da oposição promoveram grandes protestos exigindo a deposição do presidente islamita Mohamed Morsi, eleito em Junho de 2012 nas primeiras eleições livres no país.

Morsi provinha da Irmandade Muçulmana, que também venceu as legislativas organizadas após o derrube, em Fevereiro de 2011, do regime autocrático de Hosni Mubarak.

A 3 de Julho, o presidente foi deposto e detido pelos militares, tendo sido formado um Governo de transição, entre os protestos das correntes islamitas que exigem o regresso de Morsi ao poder.

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