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Ucrânia

EUA e UE discutem diálogo com Rússia para reduzir tensões

11 jan, 2022 - 23:19 • Lusa

Moscovo pede que Washington e a NATO recuem na Europa de Leste, enquanto a diplomacia norte-americana defende que ninguém pode impedir outros países de se aliarem.

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A subsecretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, reuniu esta terça-feira com os embaixadores dos países da União Europeia (UE) para discutir as negociações desta semana com a Rússia sobre a situação na Ucrânia.

A embaixadora dos EUA junto na NATO, Julianne Smith, confirmou que Sherman participou numa reunião da Comissão Política e de Segurança da UE (COPS), em que estão representados os embaixadores dos 27 países, depois de abordar com os aliados, no quartel-general da NATO, os resultados da reunião realizada na segunda-feira em Genebra com uma delegação diplomática russa.

No encontro, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu que a UE se envolva em qualquer discussão sobre segurança na Europa.

"Não tomaremos decisões sobre a Ucrânia sem a Ucrânia, sobre a Europa sem a Europa ou sobre a NATO sem a NATO", garantiu Smith, respondendo ao repto de Borrell.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, já saudou a "unidade" do seu país com os aliados da NATO contra a posição russa.

"As conversas de Genebra mostraram que a nossa força está na unidade e coerência de posições vis-a-vis (...) os ultimatos russos", disse Kuleba, numa conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, de acordo com um comunicado do Governo ucraniano.

O diálogo estratégico entre os Estados Unidos e a Rússia terminou com posições que permanecem desencontradas: Moscovo pede que Washington e a NATO recuem na Europa de Leste, enquanto a diplomacia norte-americana defende que ninguém pode impedir outros países de se aliarem.

A embaixadora dos EUA na NATO deixou claro que nenhum aliado estará disposto a negociar a política de abertura da organização, que levou os aliados, na cimeira de Bucareste de 2008, a determinar que a Ucrânia e a Geórgia poderiam integrar a Aliança Atlântica.

"Existem muitas perspetivas diferentes entre os 30 aliados, mas sinto que há uma ampla unidade nesta questão", explicou Smith.

A embaixadora insistiu que os Estados Unidos continuam a apoiar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e que a Rússia deve tomar medidas para reduzir a tensão gerada pelo seu reforço militar "não provocado" com aquela ex-república soviética.

"As ações russas precipitaram esta crise", sublinhou Smith, acrescentando que os EUA estão agora focados em alcançar uma redução nas tensões com Moscovo, juntamente com os aliados europeus.

Ainda assim, a embaixadora lembrou que, se a Rússia seguir "o caminho do confronto", os Estados Unidos estão preparados para responder, mesmo com sanções económicas, e "impor custos severos se houver uma nova agressão na Ucrânia", apesar de insistir que os aliados continuam unidos "no compromisso com o diálogo".

"Amanhã, haverá outra oportunidade para a diplomacia avançar", disse ele em referência à reunião do Conselho OTAN-Rússia, acrescentando que os aliados estão "unidos em seu compromisso com o diálogo".

Também a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Washington não permitirá que Moscovo interfira nas relações da NATO com a Ucrânia.

"A relação da NATO com a Ucrânia diz respeito apenas à Ucrânia e aos 30 aliados da NATO", assegurou.

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