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Alemanha já tem novo chanceler

08 dez, 2021 - 09:38 • Guilherme Correia da Silva, correspondente na Alemanha

Olaf Scholz sucede a Angela Merkel e chefiará um Governo com oito ministras e oito ministros sociais-democratas, verdes e liberais. Campanha de vacinação, combate às alterações climáticas e mais Europa são prioridades.

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Está eleito e empossado o novo chanceler da Alemanha. Olaf Scholz sucede a Angela Merkel, que esteve 16 anos no poder.

Uma das primeiras grandes tarefas do novo chanceler é combater a quarta onda da pandemia de Covid-19 na Alemanha. O país tem batido recordes de novas infeções, muitos hospitais estão no limite e o novo Governo vai criar uma equipa na chancelaria para lidar com a crise, chefiada por um major-general.

"Muitos cidadãos não se vacinaram. Tudo o que estamos a vivenciar tem a ver com isso", diz Scholz.

Até ao Natal, o objetivo é vacinar 30 milhões de pessoas. Com a vacina de reforço e não só: também primeiras doses. 30% dos alemães ainda não se vacinaram e o país debate uma vacinação obrigatória contra a Covid-19 para todos.

O novo ministro da Saúde, Karl Lauterbach, escreveu nas redes sociais que a obrigatoriedade da vacina é uma "exigência razoável tendo em conta as muitas mortes" com coronavírus.

Lauterbach é uma cara conhecida dos alemães e tem soado o alarme vezes sem conta, na rádio e na televisão, apelando a todos que não baixem a guarda: "Vamos voltar a fortalecer o sistema de saúde. Vamos vencer a luta contra a pandemia e vamos estar melhor equipados para enfrentar pandemias futuras", assegurou.


Luta contra as alterações climáticas

Outro tema no topo da agenda da nova coligação governamental é o combate às alterações climáticas.

Sociais-democratas, verdes e liberais anteciparam a saída da Alemanha da energia a carvão "idealmente" para 2030 e criaram um super-ministério da Economia e Proteção Climática.

A ex-candidata dos Verdes a chanceler, Annalena Baerbock, assume a pasta dos Negócios Estrangeiros e garante que diplomacia e defesa do ambiente passarão também a andar de mãos dadas. Segundo Baerbock, "política externa é sempre política interna mundial".

A nova ministra é contra o gasoduto Nord Stream 2, que transportará gás russo para a Alemanha pelo Mar Báltico. Em outubro, chegou a acusar a Rússia de usar a dependência do gás da Europa para "jogar póquer" com os europeus. É um tom pouco habitual na diplomacia alemã… Quanto à China, Baerbock diz que é preciso "dialogar" sobre as alterações climáticas, mas ameaça também "dureza" sempre que constatar violações aos direitos humanos.

"Estado federal europeu"

Ao mesmo tempo, o novo Governo alemão quer mais Europa.

No acordo de coligação, sociais-democratas, verdes e liberais falam no desenvolvimento de um "Estado federal europeu, organizado de forma descentralizada", com mais poderes para o Parlamento em Estrasburgo.

Durante a campanha, o novo chanceler Olaf Scholz frisou que a Europa faz parte do ADN da República Federal e disse que a Alemanha tem a obrigação histórica de servir de intermediária entre o Leste e o Oeste do continente, o Norte e o Sul.

Ao contrário de Angela Merkel, que pediu aos parceiros europeus para fazerem os trabalhos de casa, Scholz promete não "ficar a um canto" a "comentar o que os outros podem melhorar".

O novo Governo continua a defender disciplina para "manter a sustentabilidade" das dívidas públicas europeias, mas admite espaço de manobra para "garantir investimentos sustentáveis e ecológicos". Por exemplo, na infraestrutura digital, numa ferrovia comum e em energias renováveis.

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