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Lobby pró-armas financiou campanha de Trump com 21 milhões de euros em 2016

05 nov, 2021 - 00:52 • Lusa

Lei norte-americana de financiamento de campanhas proíbe grupos como a NRA de comprar influência junto das autoridades eleitas. O caso está em tribunal.

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A Associação Nacional de Armas dos Estados Unidos (NRA, na sigla em inglês) está acusada de violar as leis de financiamento das campanhas eleitorais, usando empresas de fachada para ajudar candidatos republicanos, incluindo o ex-Presidente Donald Trump.

O Campaign Legal Center entrou com a ação judicial na terça-feira, em Washington, em nome da Giffords - uma organização sem fins lucrativos de defesa de controlo de armas fundada pela ex-congressista democrata Gabby Giffords - acusando a NRA de práticas que datam de 2014 "para escapar aos regulamentos de financiamento de campanha usando empresas de fachada para coordenar publicidade ilegal, clandestinamente, com pelo menos sete candidatos a cargos federais".

O processo cita como réus o senador Josh Hawley e o membro da Câmara de Representantes Matt Rosendale, do Estado de Montana, mas o texto do processo judicial também acusa a NRA de "contribuições em espécie, excessivas e não declaradas," para ajudar as campanhas de Donald Trump e do senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, de Ron Johnson, do Wisconsin, de Tom Cotton, do Arkansas e do ex-senador Cory Gardner, do Colorado.

De acordo com o processo, a campanha presidencial de 2016 de Donald Trump recebeu verbas de até 25 milhões dólares (cerca de 21 milhões de euros) como parte do esquema.

"A lei de financiamento de campanha proíbe grupos como a NRA de comprar influência junto das autoridades eleitas, ao coordenar os gastos com as campanhas desses candidatos", disse a advogada do Campaign Legal Center, Molly Danahy.

"Quando interesses especiais como a NRA conspiram secretamente com candidatos, essa coordenação ilegal corrompe o nosso processo eleitoral e priva os eleitores do seu direito de saber quem está a pagar para influenciar o seu voto", acrescentou Danahy.

A NRA já reagiu hoje a este processo judicial, com uma declaração em que o classifica de "abuso premeditado do público por parte dos adversários", acrescentando que a organização tem "total confiança nas suas atividades políticas".

O Campaign Legal Center disse que a organização Giffords expôs publicamente pela primeira vez as acusações contra a NRA em 2018, quando apresentou uma série de queixas à Comissão Eleitoral Federal, mas sem consequências.

Agora, este processo tenta uma ordem judicial que impeça a NRA de violações da lei em eleições futuras e pede ao tribunal que exija que a associação pague uma multa equivalente à quantia alegadamente gasta ilegalmente, de até 35 milhões de dólares (cerca de 30 milhões de euros).

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