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Libertado saudita condenado à morte quando era menor

27 out, 2021 - 20:42 • Lusa

Em maio de 2014, Al-Nimr foi condenado à morte por crucificação e, de acordo com denúncias de algumas organizações não-governamentais (ONG), foi vítima de tortura na prisão.

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Um jovem saudita detido por participar numa manifestação da Primavera Árabe, em 2012, e condenado à morte com 17 anos, foi libertado esta quarta-feira, oito meses após as autoridades sauditas lhe comutarem a pena, anunciou uma organização de direitos humanos.

"Ali Mohamed al-Nimr, que estava detido desde 2012 por participar em manifestações quando era menor de 18 anos e tinha sido condenado à morte, foi libertado hoje", anunciou o grupo de direitos humanos especializado na Arábia Saudita ALQST.

O jovem foi detido durante um protesto contra o Governo sunita wahabita na província xiita de Qatif e acusado, entre outras coisas, de participar numa manifestação ilegal e de insultos ao Rei, segundo a organização de direitos humanos.

Em maio de 2014, Al-Nimr foi condenado à morte por crucificação e, de acordo com denúncias de algumas organizações não-governamentais (ONG), foi vítima de tortura na prisão.

Em fevereiro deste ano, o tribunal saudita encarregado de crimes de terrorismo comutou-lhe a pena capital por outra de dez anos de prisão.

Em abril de 2020, a Arábia Saudita pôs fim, mediante um decreto real, à aplicação da pena de morte a menores de idade, que agora podem apenas ser condenados a um máximo de dez anos de privação da liberdade num centro de detenção juvenil.

A ALQST não precisou se Al-Nimr, que passou nove anos no corredor da morte, obteve a libertação antecipada ou está em liberdade condicional.

Após anos na liderança da lista dos países que aplicam mais sentenças de morte, o reino ultraconservador da Arábia Saudita, depois de realizar reformas jurídicas, reduziu em 2020 o número de execuções em cerca de 85% em relação ao ano anterior, quando foram executados 184 condenados, segundo dados oficiais.

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