Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Afeganistão

Mulheres afegãs manifestam-se. "Por que razão o mundo nos deixa morrer em silêncio?"

26 out, 2021 - 09:20 • Lusa

As manifestações estão proibidas pelos talibãs, sendo violentamente reprimidas desde a instauração do autoproclamado Emirado Islâmico.

A+ / A-

Uma dezena de mulheres afegãs manifestou-se em Cabul para denunciarem o "silêncio" da "comunidades internacional" sobre a situação política, social e económica do Afeganistão tendo as forças talibãs impedido a cobertura jornalística do protesto.

As manifestantes apresentaram-se como membros do "movimento espontâneo das mulheres ativistas do Afeganistão" e empunhavam cartazes com as frases: "Por que razão o mundo nos deixa morrer em silêncio?", "Direito à Educação" e "Direito ao Trabalho".

"Todos os dias a pobreza provoca a desgraça, as nossas crianças morrem, os homens não têm trabalho… e o mundo mantém-se silencioso", disse Husna Saddat, uma das manifestantes presentes no protesto.

"Por que motivo, e até quando é que temos de ser prisioneiras nas nossas casas? Por que motivo ninguém nos entende? Por que motivo as mulheres não têm o direito de serem ativas na nossa sociedade?", questionou.

A manifestação dirigiu-se para a entrada da antiga "zona verde" onde se situam os edifícios das embaixadas internacionais, abandonadas após a tomada do poder pelos talibãs.

"Exigimos ao secretário-geral das Nações Unidas apoio aos nossos direitos, à educação e ao trabalho atualmente somos privadas de tudo", disse à France Press Wahid Amiri, uma das organizadoras do protesto.

Numa altura em que as manifestações estão proibidas pelos talibãs sendo violentamente reprimidas desde a instauração do autoproclamado Emirado Islâmico, Amiri afirma que as mulheres apenas "querem manifestar-se de forma pacífica".

Os guardas talibãs presentes no local mandaram dispersar o protesto e impediram os jornalistas de se aproximarem da manifestação.

Uma dezena de guardas talibãs reforçou o contingente inicial e impediu os jornalistas de exercerem a profissão tendo confiscado um telemóvel a um repórter local que filmava o protesto.

As manifestações de mulheres tornaram-se mais frequentes nas últimas semanas, em Cabul.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Desenrasquem-se
    26 out, 2021 Longe desse foco de problemas 10:03
    Não sei, será porque tenham aprendido que meterem-se com Árabes e quejandos, dá sempre mau resultado, e as consequências acabam sempre por rebentar nos Países que tentaram alterar as coisas? E se formos a ver bem, vocês tinham um exército de 300 000 soldados, treinados e bem armados que nem lutou e praticamente abriu as portas aos Talibãs. Se vocês não lutaram, não vamos ser nós a fazê-lo.

Destaques V+