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Brasil

Centrais sindicais pedem abertura imediata do processo de destituição de Bolsonaro

09 set, 2021 - 07:25 • Lusa

"O seu único interesse [do presidente] é permanecer aferrado ao poder mesmo que isso signifique romper a legalidade democrática", acusam.

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Quatro das cinco maiores centrais sindicais brasileiras publicaram um comunicado conjunto pedindo a abertura imediata do processo de destituição do Presidente do país, Jair Bolsonaro, após os seus polémicos discursos no 7 de setembro.

"Foi deplorável a participação do Presidente Jair Bolsonaro nos atos antidemocráticos realizados no dia que deveríamos comemorar o 199.º aniversário da Independência do Brasil. É inquestionável que o objetivo do Presidente e de seus apoiantes é dividir a Nação, empurrar o país para a insegurança, o caos e a anarquia", diz o documento.

O documento, assinado pelos presidentes da Força Sindical, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), argumenta que os discursos do chefe de Estado configuram "crime tipificado na Constituição brasileira – crime de responsabilidade -, no qual ele deve ser enquadrado imediatamente, abrindo-se o processo de 'impeachment'".

Em causa estão as polémicas ameaças feita por Bolsonaro na terça-feira, Dia da Independência do Brasil, em que a desafiou a justiça brasileira ao afirmar que "não mais cumprirá" decisões do juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e acrescentou que "nunca será preso".

O chefe de Estado brasileiro ameaçou ainda outros juízes brasileiros, em dois discursos que fez para milhares de apoiantes nas cidades de Brasília e São Paulo, e frisou que aquela manifestação popular representava um ultimato aos três poderes.

"O seu único interesse [de Bolsonaro] é permanecer aferrado ao poder mesmo que isso signifique romper a legalidade democrática, visto que é cada vez mais evidente seu isolamento político e a perda de apoio popular, em suma, seu projeto de reeleição escorre entre os dedos", sustentaram as centrais sindicais.

Nesse sentido, as centrais apelaram aos "setores políticos democráticos, sociedade civil, o mundo da ciência e da cultura, os trabalhadores e suas entidades sindicais" que saiam à Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo domingo, num ato pela destituição de Bolsonaro.

As centrais sindicais brasileiras juntam-se assim às manifestações que o Movimento Brasil Livre (MBL) realizará no domingo contra Jair Bolsonaro. Apenas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) não participará nos protestos na Avenida Paulista.

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