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Covid-19. OMS pede a países ricos "moratória" na terceira dose de vacinas

08 set, 2021 - 17:47 • Lusa

Tedros Adhanom Ghebreyesus admitiu que a terceira dose é necessária para grupos de maior risco, como doentes imunodeprimidos ou que não estão a produzir anticorpos, mas salientou que não há prova científica do seu benefício em pessoas saudáveis e vacinadas.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu esta quarta-feira aos países com taxas elevadas de vacinação contra a Covid-19 que não avancem com uma terceira dose até final do ano, para reduzir a desigualdade mundial na distribuição de vacinas.

"Há um mês eu apelei para uma moratória global das doses de reforço pelo menos até ao fim de setembro para permitir vacinar as pessoas de maior risco no mundo que ainda não receberam a primeira dose. Hoje eu apelo a uma extensão da moratória pelo menos até final do ano para permitir que cada país possa vacinar pelo menos 40% da sua população", afirmou o diretor-geral da OMS.

Em conferência de imprensa a partir da sede da organização em Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus admitiu que a terceira dose é necessária para grupos de maior risco, como doentes imunodeprimidos ou que não estão a produzir anticorpos, mas salientou que não há prova científica do seu benefício em pessoas saudáveis e vacinadas.

"Por agora não queremos ver desperdício de vacinas de reforço para pessoas saudáveis totalmente vacinadas", alertou o responsável da OMS, ao avançar que os países de alto e médio rendimento absorveram mais de 80% do total dos cerca de 5,5 biliões de doses administradas em todo o mundo.

Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, o objetivo global da OMS é que cada país vacine pelo menos 10% da sua população até ao fim deste mês, 40% até ao fim do ano e que 70% da população mundial esteja imunizada até meados do próximo ano.

"Nenhum dos países de baixo rendimento atingiu estes objetivos" de vacinar 10% ou 40% da sua população, lamentou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

De acordo com o diretor-geral da OMS, essa baixa taxa de vacinação deve-se, em parte, ao facto de os fabricantes de vacinas "estarem a dar prioridade ou estarem legalmente obrigados a cumprir, por acordos bilaterais, com os países ricos", o que faz com que os países mais pobres fiquem "privados das ferramentas para proteger as suas populações".

"Tem havido muita conversa sobre a equidade das vacinas, mas muita pouca ação. Os países ricos prometeram doar mais de um bilião de doses, mas menos de 15% destas doses foram materializadas. Não queremos mais promessas. Nós só queremos as vacinas", salientou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Em Portugal, a 1 de setembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou uma dose adicional da vacina contra a Covid-19 para pessoas imunossuprimidas com mais de 16 anos, prevendo a vacinação de menos de 100 mil utentes nos centros de saúde.

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  • Americo Anastacio
    08 set, 2021 Leiria 20:24
    O "artista" que encobriu a China ?

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