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Mulheres vão recuperar muito menos empregos do que os homens, alerta OIT

19 jul, 2021 - 15:09 • Manuela Pires

Segundo a organização, os valores de emprego entre os homens deverão recuperar para valores pré-pandemia. Menos de metade das mulheres em idade ativa, no mundo inteiro, terão emprego este ano.

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Os dados já apontavam para que as mulheres fossem mais prejudicadas no mundo do trabalho durante a pandemia. Mas as informações mais recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) dizem que essas desigualdades vão continuar no futuro.

Se compararmos 2019 com este ano, haverá menos 13 milhões de mulheres empregadas, enquanto que o emprego masculino vai recuperar até aos valores antes da pandemia.

Segundo a síntese da OIT divulgada esta segunda-feira, apenas 43,2% das mulheres em idade ativa em todo o mundo vão estar empregadas. Mas olhando para a coluna dos homens, esse número sobe para 68,6%.

Este documento da OIT mostra ainda que as mulheres sofreram perdas desproporcionais de emprego e de rendimentos porque trabalham nos sectores mais atingidos pela pandemia, como o alojamento e a restauração.

Analisando o mundo inteiro, nem todas as regiões foram afetadas da mesma maneira. A América do Norte e a América do Sul registaram a maior redução do emprego feminino, em 9,4%.

A segunda maior queda no número de mulheres empregadas está nos Estados Árabes onde, entre 2019 e 2020, o emprego feminino diminuiu 4,1% e o emprego masculino 1,8%.

Na Ásia e Pacífico, a pandemia levou a que o emprego das mulheres diminuísse 3,8 por cento%. Na Europa e na Ásia Central essa redução é menor, de 2,5%.

Em África, o emprego masculino registou o menor declínio em todas as regiões geográficas, com uma queda de apenas 0,1% entre 2019 e 2020, enquanto que o emprego feminino diminuiu 1,9%.

Mas, durante a pandemia, vários países tomaram medidas para salvaguardar os empregos das mulheres. Por exemplo, no Chile e na Colômbia, os governos decidiram dar apoios salariais às novas contratações com uma majoração mais elevada na contratação de mulheres.

Esta síntese da OIT não faz apenas o diagnóstico do estado do desemprego por sexo e lança também medidas para dar a volta a este problema. Refere, por exemplo, que é necessário investir mais na economia dos cuidados, nos sectores da saúde, educação e trabalho social, que geram emprego especialmente para as mulheres.

Diz a OIT que é necessário ainda promover a igualdade de remuneração por trabalho de igual valor e eliminar a violência e o assédio no mundo do trabalho.

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