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Covid-19

Rússia exige devolução da sua vacina à Eslováquia por falhas contratuais

08 abr, 2021 - 22:45 • Lusa

A Eslováquia disse que não foi capaz de determinar a segurança da vacina, mas Moscovo exige que os testes sejam repetidos em laboratórios aprovados por Bruxelas.

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O Fundo de Investimento Direto Russo (FIDR) acusou esta quinta-feira a Eslováquia de falhas contratuais e exigiu a devolução das vacinas ao país centro-europeu, que revelou não ter sido capaz de determinar a segurança de um lote da vacina russa.

“O FIDR (…) enviou uma carta em 6 de abril com o pedido de devolução da vacina devido às inúmeras violações do contrato, para que possa ser utilizado em outros países”, pode ler-se na nota divulgada esta quinta-feira na rede social Twitter.

Segundo a publicação oficial, a Eslováquia violou o contrato bilateral ao analisar as doses da Sputnik V em laboratórios de controlo de medicamentos não certificados pela União Europeia (UE), noticia a agência EFE.

O organismo russo descreveu este comportamento como “um ato de sabotagem” e pediu ao país europeu para que repita as análises em laboratórios aprovados por Bruxelas.

O FIDR também rejeitou as acusações do regulador eslovaco de que as vacinas fornecidas a Bratislava são diferentes daquelas que foram submetidas a testes clínicos.

“Todos os ensaios da Sputnik V têm qualidade idêntica e são submetidos a um estrito controlo de qualidade no Instituto Gamaleya”, sublinhou.

E acusou os eslovacos de lançarem uma campanha de “desinformação” contra a vacina russa.

O regulador de medicamentos da Eslováquia disse esta quinta-feira que não foi capaz de determinar a segurança de um lote da vacina russa Sputnik V, entregue em março, e expressou dúvidas sobre sua composição.

“Os lotes da vacina [Sputnik V] usados em testes pré-clínicos e estudos clínicos publicados na revista Lancet não têm as mesmas características e propriedades que os importados para a Eslováquia”, destacou o Instituto Nacional de Controle de Medicamentos (SUKL), em declarações à agência AFP.

“Com base apenas em testes laboratoriais, não é possível concluir sobre a eficácia e segurança para humanos” do lote enviado à Eslováquia, acrescentou o instituto.

O país da UE, com 5,4 milhões de habitantes, enfrenta uma das mais altas taxas de mortalidade por Covid-19 do mundo.

Em 30 de março, o então primeiro-ministro eslovaco Igor Matovic demitiu-se do cargo após ter sido revelado a existência de um acordo secreto entre Bratislava e Moscovo para a compra de dois milhões de doses da vacina russa Sputnik V.

Alguns países da UE têm expressado o seu desacordo com a demora de Bruxelas em aprovar a vacina russa, reclamação repetida esta quinta-feira pelo chanceler austríaco, Sebastian Kurz.

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, anunciou esta quinta-feira que o seu país vai iniciar negociações com a Rússia para a compra de doses da Sputnik V.

Entretanto, o estado federado da Baviera assinou quarta-feira um pré-acordo com Moscovo para a compra de 2,5 milhões de doses daquela vacina.

A Rússia aguarda a chegada de uma delegação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que deu início ao processo de avaliação do Sputnik V no início de março. Este processo deve levar à obtenção de uma licença para a utilização da vacina em território da União Europeia.

A EMA confirmou esta semana que vai realizar "uma inspeção de boas práticas clínicas" sobre como os ensaios foram conduzidos em voluntários com a Sputnik V, devido a preocupações com o não cumprimento dos padrões internacionais.

O Governo russo expressou esta quinta-feira a sua confiança de que Bruxelas irá aprovar a vacina russa "em breve".

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