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Arábia Saudita terá ameaçado de morte relatora da ONU sobre assassinato de Khashoggi

23 mar, 2021 - 20:44 • Redação

Alegadas ameaças de morte contra Agnès Callamard remontam a janeiro de 2020. Autoridades sauditas não gostaram das conclusões da investigadora especial da ONU que concluiu haver "evidências credíveis" de envolvimento do príncipe herdeiro no assassinato de Jamal Khashoggi, em 2018.

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Um alto funcionário saudita terá ameaçado de morte por duas vezes a investigadora independente da ONU que teve a seu cargo o caso do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

A notícia foi avançada esta terça-feira pelo ‘The Guardian’ que refere que as alegadas ameaças terão sido feitas em janeiro de 2020.

Agnès Callamard foi a primeira autoridade a publicar um relatório detalhado sobre o assassinato de Jamal Khashoggi, em 2018.

Entrevistada pelo jornal britânico, Callamard referiu que um colega da ONU a avisou que um funcionário sénior da monarquia saudita, reunido com altos funcionários das Nações Unidas, alertou para que “tivesse cuidado” se não fosse contida nas suas conclusões.

Questionada sobre a interpretação retirada destas afirmações, Callamard admitiu que se tratou de “uma ameaça de morte, foi assim que foi entendido”.

Agnès Callamard, especialista em direitos humanos, que assumirá ainda este mês o cargo de secretária-geral da Amnistia Internacional, publicou um relatório de 100 páginas em junho de 2019, concluindo que havia "evidências credíveis" de que o príncipe saudita, Mohammed bin Salman, e outros altos funcionários sauditas foram responsáveis pelo assassinato de Khashoggi, classificado como um "crime internacional".

O governo saudita negou que o assassinato, ocorrido no consulado do país em Istambul, tenha sido pelo príncipe herdeiro.

Contudo, as conclusões do relatório de Agnès Callamard, foram recentemente corroboradas pelos serviços de inteligência norte-americanos que alegam interferência direta de bin Salman na morte do colunista do Washington Post.
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