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Myanmar. Exército dispara munições reais contra manifestantes

07 mar, 2021 - 10:38 • Lusa

São protestos contra o golpe militar de 21 de fevereiro que já fizeram dezenas de mortos, incluindo menores. A líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi, mantém-se em cativeiro e incomunicável.

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O exército birmanês disparou neste domingo contra vários manifestantes com munições reais em Bagan, a cidade histórica na área central de Myanmar, causando um ferido leve, segundo os organizadores do protesto.

Milhares de birmaneses voltaram hoje às ruas para protestar contra a junta militar em várias cidades, como Mandalay e Rangum, onde as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo.

Vestidos com capacetes de plástico e escudos de metal, os manifestantes tentavam impedir o avanço da polícia e dos militares com barricadas nas ruas, apesar da dura repressão.

Fontes da Liga Nacional para a Democracia, partido do líder de facto Aung San Suu Kyi, relataram na rede social Facebook que um de seus representantes em Rangum, a maior cidade do país, morreu após ser preso no dia anterior. As fontes não especificaram o motivo da morte.

Pelo menos 54 manifestantes, incluindo cinco menores, morreram e centenas ficaram feridos devido a tiros de polícias e soldados durante os protestos contra o golpe de 1 de fevereiro, que se repetem diariamente em todo o país.

Além disso, mais de 1.500 pessoas, incluindo políticos, ativistas, jornalistas e monges, foram detidas desde o golpe militar e mais de 1.200 continuam presas, incluindo Suu Kyi, de 75 anos, que está incomunicável em prisão domiciliária.


A junta militar continua com uma campanha de desinformação nos media oficiais, na qual insiste que houve fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, embora estas tenham sido validadas por observadores internacionais, e no desempenho correto das forças de segurança.

Os militares cortaram o acesso à Internet todas as noites durante semanas, como parte das medidas repressivas contra a população, que lançaram um movimento de desobediência civil contra o golpe.

Dias depois do levante militar, durante o qual parte do Governo eleito de Suu Kyi foi preso, a junta militar cortou o acesso a redes sociais como Facebook e Twitter para impedir que os cidadãos organizassem e compartilhassem vídeos, mas muitos contornam o bloqueio por meio de VPN.

Os manifestantes exigem que o exército liberte os presos, permita o retorno à democracia e reconheça o resultado das eleições de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia foi a vencedora.

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