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Rússia

Navalny apela aos apoiantes a “libertarem a Rússia dos ladrões”

04 fev, 2021 - 20:21 • Lusa

O ativista foi condenado a dois anos e oito meses de prisão mas diz que se sente um homem livre.

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O opositor russo Alexei Navalny, condenado na quarta-feira a dois anos e oito meses de prisão apesar das manifestações de protesto, apelou hoje aos seus apoiantes a vencerem o medo e “libertarem a Rússia dos ladrões” no poder.

“Eles podem manter-se no poder e utilizá-lo para o seu enriquecimento pessoal apoiando-se unicamente no nosso medo. Mas nós, ao ultrapassarmos esse medo, poderemos libertar a nossa Pátria deste bando de ladrões que a ocupa”, escreveu Navalny, 44 anos, em mensagem publicada na sua conta na rede social Instagram.

“As portas de ferro soam atrás de mim com um som desafiante, mas sinto-me como um homem livre porque sinto confiança e que tenho razão, devido ao vosso apoio e da minha família”, indicou.

Navalny disse que a sua detenção é “uma vingança pessoal de Putin por ter sobrevivido e denunciado a alegada conspiração para o matar”, numa referência direta ao Presidente russo, Vladimir Putin. O Kremlin tem negado todas as acusações.

“Mas mais do que isso, é uma mensagem de Putin e dos seus amigos a todo o país: Não veem o que podemos fazer? Desprezamos as leis e esmagamos quem de atrever a desafiar-nos. Nós somos a lei”, acrescentou na mensagem.

Na quarta-feira, um tribunal de Moscovo ordenou a prisão do opositor por mais de dois anos, anulando a pena suspensa de uma precedente condenação, uma decisão seguida de um apelo aos seus apoiantes para voltarem às ruas em sinal de protesto.

A juíza Natalia Repnikova indicou que o crítico do Kremlin deverá cumprir os três meses e meio de prisão da sua pena pronunciada em 2014, menos os meses que passou em prisão domiciliária. O opositor pode apelar da sentença.

No seu depoimento, o opositor voltou a acusar o Presidente russo de ter ordenado o seu envenenamento com um agente neurotóxico do tipo Novitchok em agosto de 2020.

Navalny, que foi detido em 17 de janeiro no seu regresso da Alemanha, onde se encontrava em convalescença, exigiu ainda a sua libertação imediata e de todos os detidos nas recentes manifestações que mobilizaram milhares de pessoas nas principais regiões do vasto país.

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