Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

EUA

Democratas mais próximos do controlo do Senado. Raphael Warnock é primeiro senador negro da Geórgia

06 jan, 2021 - 08:33 • Sofia Freitas Moreira com agências e Lusa

Com 98% dos votos apurados, o outro candidato democrata, Jon Ossoff, também segue à frente na corrida.

A+ / A-

O candidato democrata norte-americano Raphael Warnock garantiu, esta quarta-feira, um dos lugares no Senado, vencendo a republicana Kelly Loeffler. A conquista democrata surge na segunda volta das eleições na Geórgia.

A projeção é confirmada pela CNN e pela maioria dos órgãos de comunicação social internacionais.

Os democratas estão a um passo de ganhar a maioria no Senado. Com 98% dos votos apurados, o outro candidato democrata, Jon Ossoff, também segue à frente na corrida. Os resultados finais serão conhecidos esta tarde (hora portuguesa).

Se Jon Ossoff e Raphael Warnock - os candidatos democratas aos dois lugares no Senado pela Geórgia – conseguirem ambos uma vitória, os democratas passam a controlar a câmara alta do Congresso dos EUA, onde já controlam a Câmara de Representantes, dando maior margem à estratégia política do Presidente eleito, Joe Biden.

Mas basta que um dos dois candidatos republicanos, Kelly Loeffler e David Perdue, vença a corrida para que os conservadores mantenham o controlo do Senado, dificultando a vida ao futuro inquilino da Casa Branca.

Com uma dupla vitória na Geórgia, os democratas obteriam 50 lugares no Senado, tal como os Republicanos, mas, tal como previsto na Constituição, a futura vice-presidente Kamala Harris teria o poder de "desempatar", fazendo pender o equilíbrio da balança para os democratas.

O outro democrata em liça, Jon Ossoff, também estava à frente na contagem face ao senador republicano cessante, David Perdue, quando estavam contados 95% dos votos, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

Ossoff, com 33 anos, poderá tornar-se o mais jovem senador democrata desde Joe Biden, eleito naquele estado em 1973.

Os democratas contam com o “efeito Biden”, para repetir o cenário que deu a vitória ao Presidente eleito neste estado do sul, apesar de Trump continuar a insistir que as eleições presidenciais foram “roubadas” pelos democratas e continuar a insistir em não admitir a derrota.

Warnock vai fazer história ao ser o primeiro senador norte-americano negro da Geórgia. É pastor na mesma igreja em que Martin Luther King pregou até ser assassinado em 1968, em Atlanta, durante o movimento pelos direitos cívicos dos afro-americanos

O democrata agradeceu a vitória aos seus apoiantes. “A todos os que sofrem hoje, quer tenham votado em mim ou não, saibam isto: eu ouço-vos, vejo-vos e, todos os dias que estarei no Senado norte-americano, vou lutar por vocês”.

Warnock é o primeiro democrata da Geórgia eleito para o Senado nos últimos 20 anos, e a sua eleição é a culminação de anos de trabalho e de apelo ao registo ao voto conduzido pela líder democarata Stacey Abrams e outros ativistas.

O Presidente-eleito, Joe Biden, também venceu na Geórgia. Foi a primeira vitória presidencial democrata desde os anos 90 naquele estado norte-americano.

Mais de três milhões de eleitores puderam votar antecipadamente, representando cerca de 40% dos recenseados na Geórgia, um número recorde em eleições para o Senado neste estado.

Para o analista do 'site' independente Cook Political Report Dave Wasserman, esta noite de eleições fez recordar as eleições intercalares.

"Foi o que vimos em 2018: muitos eleitores de Trump simplesmente não se mobilizam quando Trump não está no boletim de voto", escreveu na rede social Twitter.

Também o antigo diretor de campanha de Biden Rufus Gifford escreveu no Twitter: "Nunca pensei que íamos ganhar estas eleições na Geórgia". "Muito obrigado, Donald Trump", ironizou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+