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Biden promete 100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias de mandato

09 dez, 2020 - 08:50 • Lusa

O presidente eleito dos EUA quer manter as escolas abertas e pede aos norte-americanos que utilizem máscaras faciais. Trump assinou um decreto para dar prioridade à entrega de vacinas no país, antes de serem exportadas.

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O presidente eleito dos Estados Unidos prometeu, na terça-feira (madrugada de quarta em Lisboa) aplicar 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 nos 100 primeiros dias de mandato.

Em conferência de imprensa, Joe Biden afirmou que os seus primeiros meses no cargo não acabarão com o surto, mas garantiu que mudaria o curso da Covid-19.

Na apresentação da sua equipa para a Saúde, Biden estabeleceu três prioridades contra a Covid-19 nos primeiros 100 dias da sua presidência: pedir a todos os compatriotas para usarem máscara, a administração de 100 milhões de vacinas e a promessa de tentar reabrir a maioria das escolas do país.

Pediu ainda uma ação urgente em relação à pandemia e afirmou que se esforçará para restaurar um sentido de normalidade no quotidiano dos norte-americanos.

No topo da lista de escolhas de Biden para a equipa da saúde está o secretário de saúde indicado, Xavier Becerra, político latino que cresceu numa família humilde e que serviu o Congresso como procurador-geral da Califórnia.

Um empresário conhecido pela eficiência em gerir crises, e um quarteto de médicos, entre os quais Anthony Fauci, considerado pelo governo o maior especialista em doenças infecciosas, fazem parte das escolhas de Biden.

A equipa de Donald Trump planeara vacinar 100 milhões de pessoas até março de 2021, num total de 200 milhões de doses.

Trump quer vacinas antes de serem exportadas

No mesmo dia em que Biden lançou estas metas, Donald Trump assinou um decreto que dá prioridade à entrega de vacinas no país, antes de serem exportadas.

O decreto vai garantir "que o Governo dos Estados Unidos dê prioridade à vacinação de cidadãos americanos, antes de enviar as vacinas para outros países", afirmou o Presidente.

A Pfizer/BioNTech, consórcio responsável pela vacina contra a Covid-19 que pode vir a ser autorizada dentro de dias, contava distribuir apenas 100 milhões de doses nos Estados Unidos.

A Moderna, cuja vacina pode ser autorizada até ao final da próxima semana, também prometeu 100 milhões de doses. Cada contrato inclui opções para doses adicionais, mas o tempo para ativar essas cláusulas pode atrasar a entrega em vários meses.

Uma vacina para todos

Existem mais de 330 milhões norte-americanos e o Governo afirma que pode cumprir a meta de fornecer uma vacina a todos até abril de 2021.

Os dois fabricantes possuem unidades industriais nos EUA e na Europa, e existem leis que, em teoria, permitiriam ao Governo norte-americano antecipar a produção de ambos os laboratórios, como a Lei de Produção de Defesa.

O texto do decreto que Trump assinou diante das câmaras, na terça-feita, durante uma "cimeira da vacina”, na Casa Branca, não foi divulgado imediatamente.

“Se necessário, vamos invocar a Lei de Produção de Defesa”, afirmou, acrescentando, porém, não achar “que seja necessário fazê-lo”.

Mais duas vacinas em vista, mas é preciso dinheiro

Duas outras vacinas com ensaios clínicos já avançados podiam ser autorizadas no início de 2021, garantindo o abastecimento dos EUA.

Uma, a ser administrada em duas inoculações, da AstraZeneca/Oxford, de que Washington encomendou 500 milhões de doses, e outra, a administrar em dose única, da farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson, da qual os EUA esperam 100 milhões de doses.

Por seu turno, o presidente eleito, Joe Biden, alertou para a possibilidade de a campanha de vacinação contra o novo coronavírus poder desacelerar ou mesmo parar se o Congresso não conseguir chegar a um acordo financeiro, em breve, para combater a pandemia.

"Sem uma ação urgente do Congresso este mês, (...) há uma possibilidade real de que após uma primeira campanha de vacinação esses esforços diminuam e parem", alertou o democrata.

Os Estados Unidos estão com uma média de mortes diária de 2.200 pessoas com Covid-19 e 200 mil infetados.

Na quinta-feira, assessores científicos do Governo reúnem-se para, alegadamente, recomendarem a administração nos EUA da vacina da Pfizer/BioNTech, que já está a ser administrada no Reino Unido.

Para que a vacina chegue a todos os norte-americanos, Joe Biden pediu à administração de Donald Trump que proceda a uma revisão da equipa que planeia a campanha de vacinação, considerando que esta tem deficiências.

Nesse sentido, pediu ao Congresso que aprove uma legislação para financiar a administração de vacinas à medida que se tornem mais amplamente disponíveis no próximo ano.

Na terça-feira, os EUA superaram os 15 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e registam mais de 284 mil mortes pela doença, segundo a última contagem da Universidade Johns Hopkins.

Nova Iorque continua a ser o estado mais afetado, com 35.063 mortos, seguidos pelo Texas (23.195), Califórnia (20.075), Flórida (19.282) e Nova Jérsia (17.426).

Os Estados Unidos são o país do mundo mais afetado pela pandemia de Covid-19, sendo que nas últimas semanas tem sido registado um aumento do número de casos, o que forçou à imposição de novas medidas de restrição de mobilidade em diversos estados, incluindo na Califórnia, o estado mais populoso, com cerca de 40 milhões de habitantes.

A Agência de Alimentos e Medicamentos americana (FDA, em inglês) confirmou a segurança e eficácia da vacina contra a Covid-19 da Pfizer e BioNTech, numa primeira análise antes da sua autorização, o que indica que a campanha de vacinação nos Estados Unidos pode começar nos próximos dias.

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