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Brexit

Primeira-ministra da Escócia quer novo referendo à independência em 2021

30 nov, 2020 - 20:55 • Redação com Lusa

Desejo de independência está a voltar em força à Escócia, com a aproximação do fim da transição pós-Brexit e após a muito criticada gestão da pandemia da Covid-19 por parte de Boris Johnson.

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A primeira-ministra escocesa anunciou esta segunda-feira que vai pedir autorização ao governo britânico para realizar um segundo referendo sobre a independência, caso o seu partido, o Partido Nacionalista Escocês (PNE) vença as próximas eleições regionais de maio de 2021.

Durante o discurso que proferiu esta segunda-feira, através de videoconferência, no congresso anual do PNE, Nicola Sturgeon, declaradamente pró-independência, assegurou que vai aproveitar as eleições legislativas regionais de 2021 para defender o direito da Escócia de decidir o seu futuro.

"No próximo mês de maio vamos pedir-vos, povo da Escócia, que depositem a vossa confiança em nós para continuarmos esta tarefa de construir um país melhor", apelou a líder do executivo escocês.

"Peço a vossa autoridade, e a de mais ninguém, para realizar um referendo sobre a independência legal na primeira parte da nova legislatura", acrescentou.

Na consulta popular de 2014, 55% dos eleitores escoceses pronunciaram-se a favor da permanência no Reino Unido, sendo que, na altura, o principal argumento contra a separação era o risco de ficar fora da União Europeia, na sequência da materialização do ‘Brexit’.

No entanto, após a vitória do ‘Brexit’, num outro referendo, em 2016, 62% dos escoceses votaram a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia (UE), mas o país acabou por ser arrastado para fora do bloco europeu.

Argumentando que esta circunstância altera o cenário, a líder escocesa justificou, dessa forma, a exigência de um segundo referendo, apesar da veemente oposição do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Em 2019, o PNE registou uma forte expressão nas eleições gerais para o Parlamento de Londres, conseguindo 47 (contra 35, até então) dos 59 assentos eleitos na Escócia.

Agora, espreita a maioria absoluta no Parlamento de Edimburgo, impulsionada pelo Brexit e pela boa aceitação pública da gestão da crise sanitária, por oposição à perceção pública de que, em Londres, Boris Johnson tem cometido sucessivos erros na forma como tem lidado com a pandemia da Covid-19.

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