26 ago, 2020 - 16:40 • Redação
Pelo menos 17 golfinhos deram à costa nas Maurícias esta quarta-feira, mortos ou em condições muito frágeis, adiantou uma fonte do Governo à agência Reuters.
O incidente tem lugar um mês depois de um navio japonês ter encalhado no Índico, perto das ilhas, provocando um derrame de petróleo que já afetou 15 quilómetros da costa.
Para já ainda não se sabe o que causou a morte dos golfinhos, cujos corpos foram transportados para o centro de investigação Albion Fisheries. Contudo, ambientalistas e locais acreditam que é uma consequência do desastre ambiental.
"Os golfinhos mortos apresentam várias feridas e sangue em torno das mandíbulas, contudo sem vestígios de petróleo", avançou Jasvin Sok Appadu, do Ministério das Pescas. "Os que sobreviveram, cerca de 10, pareciam muito fatigados e mal conseguiam nadar."
Petroleiro japonês MV Wakashio navegava rumo ao Br(...)
Os resultados das autópsias aos golfinhos deverão ser conhecidos ainda esta quarta-feira, adiantou a mesma fonte oficial.
Um porta-voz do grupo ambientalista Eco-Sua já veio pedir que os resultados sejam tornados públicos. Alguns ativistas do grupo pediram para assistir às autópsias "para perceber melhor porque é que os golfinhos morreram", mas ainda não obtiveram resposta das autoridades.
A Sociedade Maurícia de Conservação Marinha alertou entretanto que a mancha de crude está a dirigir-se para o parque natural Blue Bay Marine, que alberga 78 espécies de peixes e 38 tipos de coral.
Os cientistas dizem que ainda não é possível avaliar o impacto total do derrame, que começou a 25 de julho, mas antevê-se que vá afetar duramente as Maurícias, cuja economia depende quase exclusivamente do turismo há décadas.
O capitão do navio "MV Wakashio", Sunil Kumar Nandeshwa, e o seu adjunto, Tilakara Ratna Suboda, foram detidos na semana passada, pela polícia das Maurícias. Na terça-feira, um dia depois de o navio ter afundado, foram presentes a um tribunal da capital, Porto Luís. O juiz decretou prisão preventiva para ambos.
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Estima-se que pelo menos 1.000 toneladas de petról(...)