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Pandemia de ​Covid-19

Economia ou morte? Trump escolheu a primeira. "Se algumas pessoas vão ser afetadas? Sim. Mas temos de reabrir o país"

06 mai, 2020 - 01:22 • Redação

Os números crescem de dia para dia: mais de 70.000 mortes e mais de 1.100.000 infeções devido à Covid-19. Mas o Presidente dos Estados Unidos vê os americanos "como guerreiros". E a economia vai ter de reabrir. "Não podemos estar fechados em casa durante meses", garante.

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta terça-feira, numa entrevista à ABC, que é necessário reabrir a economia dos EUA com urgência. “As pessoas perderam os seus empregos. Não podemos estar fechados em casa durante meses”, afirmou Trump.

Segundo o Presidente, se por um lado a reabertura vai restabelecer empregos, por outro vai fazer vítimas.

“Se algumas pessoas vão ser afetadas? Sim. Se algumas pessoas vão ser gravemente afetadas? Sim. Mas temos de reabrir o nosso país. E temos de o reabrir depressa. Eu vejo os americanos como guerreiros. Vamos colocar em prática o distanciamento social, o lavar das mãos, fazer o que aprendemos durante este período”, explicou.

Questionado se por “afetadas” Trump queria dizer “mortes”, o Presidente dos EUA não foi perentório. “É possível que se verifiquem algumas, sim. Mas é preciso recuperar o nosso país”, defendeu.

Nos Estados Unidos já se registaram mais de 1.100.000 casos de infeção, incluindo mais de 70.000 mortes devido a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Trump ataca grupo de republicanos

O Presidente dos EUA atacou também esta terça-feira um grupo de opositores republicanos, chamando-os de "fracassados" por terem postado na rede social Twitter um vídeo crítico sobre a sua gestão da crise do novo coronavírus. "Eu mudaria o nome [do grupo responsável pelo vídeo] para chamá-los de 'Losers Project' [Projeto Perdedores]", disse Trump. "Eles são perdedores republicanos" acrescentou o Presidente.

O vídeo critica a resposta do Presidente republicano à pandemia de Covid-19, que levou o país a uma grave crise económica. "Mais de 60.000 norte-americanos morreram de um vírus mortal que Donald Trump ignorou", de acordo com a narração do vídeo de um minuto intitulado "Mourning in America" [Luto na América]. Este título lembra a frase da campanha de Ronald Reagan para a sua reeleição em 1984, que era "Morning in America" [Manhã na América], inserida num vídeo. "Sob a direção de Donald Trump, o país está mais fraco, mais doente e mais pobre", disse o narrador, descrevendo uma economia "em ruínas".

Desde o início da crise, 30 milhões de pessoas registaram-se como desempregadas nos Estados Unidos. "Agora os norte-americanos estão a perguntar-se: se tivermos mais quatro anos disto, a América ainda existirá?", diz o narrador, que imita o tom do vídeo de 1984. Mas enquanto o vídeo original inspirou prosperidade e otimismo, este novo clipe mostra casas em ruínas, fábricas vazias e filas de pessoas com máscaras.

O vídeo rapidamente tornou-se viral na internet, com mais de cinco milhões de visualizações desde segunda-feira na conta do Twitter do "Projeto Lincoln", um grupo de autoridades republicanas contra Donald Trump, incluindo George Conway, marido da consultora da Casa Branca Kellyanne Conway.

Trump respondeu na segunda-feira à noite no Twitter, numa série de mensagens, acusando o grupo de "envergonhar" o antigo Presidente Abraham Lincoln, conhecido como "Abe honesto". "Não sei o que Kellyanne fez com o seu marido maluco e louco, cara de lua, mas deve ter sido muito cruel", disse o Presidente norte-americano.

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