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Estados Unidos

Multimilionário Jeffrey Epstein acusado de tráfico sexual de menores

08 jul, 2019 - 22:07 • João Pedro Barros

O norte-americano, considerado próximo de Donald Trump, Bill Clinton e do príncipe André, duque de York, é acusado de atrair dezenas de raparigas, a partir dos 14 anos, para a prática de atos sexuais. Epstein, que arrisca uma pena de 45 anos de prisão, declarou-se inocente.

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Tem 66 anos, fez fortuna no mundo da banca de investimentos e já tinha cumprido uma pena relacionada com crimes sexuais com menores, há 10 anos. Porém, Jeffrey Epstein estará agora perante acusações bem mais graves, que o podem levar a uma pena até 45 anos de prisão. O norte-americano é acusado de tráfico sexual, envolvendo menores a partir dos 14 anos. Presente a tribunal esta segunda-feira, em Nova Iorque, declarou-se inocente.

Os procuradores acusam Epstein de atrair dezenas de mulheres para as suas casas de luxo em Nova Iorque e na Flórida e de lhes pagar para concretizar atos sexuais. Estes encontros terão ocorrido entre 2002 e 2005 e o multimilionário usaria ainda algumas das jovens para recrutar outras para as mesmas práticas.

De acordo com a acusação, o norte-americano “procurava intencionalmente menores e sabia que muitas das suas vítimas tinham menos de 18 anos, porque, em alguns dos casos, elas próprias disseram-lhe a idade”, lê-se na acusação. A idade mínima para o sexo consentido é de 17 anos em Nova Iorque e de 18 na Flórida.

O procurador Geoffrey Berman revelou que uma busca na mansão de Epstein em Nova Iorque encontrou “fotografias de mulheres nuas, que pareciam ser menores”.

No entanto, Epstein diz que os encontros eram consentidos e que pensava que as mulheres em causa tinham todas, pelo menos, 18 anos. A acusação pede prisão preventiva até ao julgamento, com o argumento de que a enorme fortuna e a propriedade de aviões privados contribuem para um grande risco de fuga.

Jeffrey Epstein vai ficar detido, pelo menos até quinta-feira, dia em que vai voltar ao tribunal para ficar a conhecer as medidas de coação.

Acusação exclui amigos mediáticos

Apesar do seu sucesso nos negócios, o banqueiro – também conhecido pela sua atividade como filantropo, com doações de milhões de dólares, nomeadamente a instituições de investigação científica – era apenas conhecido publicamente pela sua proximidade a Donald Trump, atual Presidente dos Estados Unidos, ao ex-Presidente Bill Clinton, e ao príncipe André, duque de York, na Inglaterra. No entanto, nenhuma destas personalidades é mencionada na acusação.

Um advogado de Trump já se apressou a negar qualquer “relação social” do seu cliente com Epstein. No entanto, em 2002, na “New York Magazine”, o Presidente é citado num perfil do banqueiro: “É um tipo incrível. Muito divertido. Diz-se que gosta ainda mais de mulheres bonitas do que eu, e que gosta delas bem jovens”.

Epstein foi pela primeira vez investigado em 2005, depois de a polícia de Palm Beach, na Flórida, ter recebido denúncias de abuso sexual de menores na sua casa.

Dois anos depois, enfrentava uma possível acusação de abuso de pelo menos 40 adolescentes. O caso acabou por ser encerrado com o multimilionário a declarar-se culpado de crimes menores de prostituição, cumprindo 13 meses de prisão, mas em regime aberto – continuava a deslocar-se durante o dia para o seu escritório, para trabalhar. Para além disso, aceitou ser registado como agressor sexual.

O então procurador de Miami era Alexander Acosta, atual secretário do Trabalho dos Estados Unidos. Acosta recebeu várias críticas por ter permitido um acordo considerado demasiado leve para o réu, inclusivamente do Partido Democrata, na Câmara dos Representantes, em fevereiro deste ano.

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