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Ciclone Idai

Portugal não prevê enviar mais militares para Moçambique

27 mar, 2019 - 00:52 • Lusa com Redação

Para o Ministro da Defesa, este é momento das organizações não-governamentais, das associações humanitárias, da Autoridade Nacional de Proteção Civil e da Cruz Vermelha, entre outros, para apoiar a reconstrução de Moçambique.

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O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, afirmou esta terça-feira que Portugal não prevê enviar mais contingentes militares para Moçambique, defendendo que o trabalho a desenvolver nas próximas semanas é essencialmente o das associações humanitárias e da proteção civil.

"As Forças Armadas estão lá no momento de resgate e de apoio, de salvar vidas, no fundo. Vamos passar rapidamente para uma segunda fase, que é essencialmente de saúde pública e de reconstrução. Esse momento já não será o momento das Forças Armadas, ou seja, essa emergência imediata parece já estar a passar", afirmou João Gomes Cravinho em declarações à Lusa à margem de uma conferência no Porto.

Para o governante, este é momento das organizações não-governamentais, das associações humanitárias, da Autoridade Nacional de Proteção Civil e da Cruz Vermelha, entre outros, para apoiar a reconstrução de Moçambique.

Neste sentido, Portugal não prevê enviar mais contingentes militares, mas o apoio a Moçambique manter-se-á a outros níveis.

"Temos mais um avião que parte amanhã [quarta-feira]. Continuará a ser necessário dar apoio aos moçambicanos. É um país irmão, um país que nos diz muito e, portanto, isso este apoio vai continuar nas próximas semanas. Os moçambicanos sabem que podem contar connosco", assegurou o ministro.

"A minha expectativa é que dentro de alguns dias, uma semana, dez dias já não seja necessário ter lá os elementos das Forças Armadas, mas vamos ver", concluiu João Gomes Cravinho.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas.

Moçambique foi o país mais afetado, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida.

As autoridades moçambicanas adiantaram que o ciclone afetou cerca de 800 mil pessoas no país, mas as Nações Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.

Entre os danos materiais, as autoridades moçambicanas registam mais de 90 mil habitações atingidas, das quais 50.619 ficaram totalmente destruídas, 24.556 parcialmente destruídas e 15.784 inundadas.

Foram ainda danificadas ou destruídas 3.202 salas de aulas, afetando 90.756 alunos, bem como 52 unidades de saúde.

Quase 500 mil hectares de terras ficaram inundadas.

Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique, o Idai atingiu a Beira no dia 14 de março com chuva forte e rajadas de vento de 180 a 220 quilómetros por hora.

No Zimbabué, as vítimas mortais registadas são 259, há 186 feridos contabilizados e 4.500 deslocados, num total de 270 mil pessoas atingidas pelos efeitos do Idai.

No Maláui, o balanço mantém-se inalterado, nos 59 mortos, além de 672 feridos, 86 mil deslocados, e 868.900 pessoas afetadas.

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