01 ago, 2018 - 16:40
O Presidente dos Estados Unidos pediu esta quarta-feira ao procurador-geral Jeff Sessions (correspondente ao ministro da Justiça) que ponha fim à investigação sobre a alegada interferência russa nas eleições que Donald Trump venceu em 2016.
Num tweet que já está a gerar polémica, Trump pede que Sessions “pare com esta caça às bruxas”, insinuando que a investigação está viciada e que a continuação da mesma irá manchar ainda mais o país.
É muito pouco comum nos Estados Unidos um Presidente opinar publicamente sobre um processo ou uma investigação em curso, mas Trump tem sido um crítico feroz dos inquéritos em curso à ingerência russa nas presidenciais, em particular aqueles que o conselheiro especial Robert Mueller está a conduzir.
A mensagem surgiu numa série de publicações naquela rede social em que Trump se insurge contra a investigação e sugere que Mueller, filiado ao Partido Republicano que ajudou a eleger Trump, tem um conflito de interesses. “Mueller tem um conflito de interesses total e os 17 democratas enfurecidos que estão a fazer o seu trabalho sujo são uma vergonha para os Estados Unidos”, escreveu.
As mais recentes acusações de Trump surgem no dia seguinte ao início do julgamento de Paul Manafort, ex-diretor da campanha eleitoral de Trump e um dos implicados na alegada interferência russa. É acusado de irregularidades fiscais e bancárias; o Presidente tem insistido que Manafort só trabalhou para ele durante pouco tempo.
“Paul Manafort trabalhou para Ronald Reagan, Bob Dole e muitos outros líderes políticos proeminentes e muito respeitados. Trabalhou para mim durante muito pouco tempo. Porque é que o Governo não me informou que ele estava sob investigação? Estas acusações antigas nada têm a ver com interferência – uma FARSA!”, escreve o Presidente.
Mais do que a própria interferência russa nas eleições, o que está em causa é a alegada conivência da equipa de Trump com esta situação e as suspeitas de colaboração com o Kremlin. O Presidente negou sempre que tivesse tido qualquer contacto com os russos nesse sentido.