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Luta contra o nuclear vence Nobel. Onde estão os maiores perigos?

06 out, 2017 - 19:39

Coronel Lemos Pires revela quem tem mais poder nuclear. Estados Unidos e Rússia lideram, saiba quem são os outros países do top.

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Luta contra armas nucleares dá direito a Nobel da Paz
Luta contra armas nucleares dá direito a Nobel da Paz

Onde é que estão as armas nucleares? Em que partes do mundo estão os grandes arsenais? No dia do anúncio do Nobel da Paz, este ano atribuído à Campanha Internacional para a Abolição das armas nucleares, a Renascença foi saber onde se escondem as armas mais poderosas.

O coronel Lemos Pires, oficial do Exército, faz a análise da situação internacional e destaca os países que mais potencial têm para destruir o mundo.

O militar ouvido pela Renascença destaca que Estados Unidos e Rússia detêm 90% das ogivas nucleares.

“Nós sabemos que basicamente há dois grandes países que têm a esmagadora maioria do arsenal nuclear, que os EUA e a Rússia terão entre si mais de 90% das armas nucleares. Quando digo armas nucleares estou a referir-me a ogivas”, afirma.

Segundo este especialista em grandes conflitos, "as ogivas nucleares, aquilo que faz a detonação nuclear, ninguém sabe ao certo, serão 15 mil ogivas no mundo. Sete mil terá a Rússia e o restante é dividido pelos outros países”.

“E quais são os países nucleares? São cinco do Conselho de Segurança das Nações Unidas: além da Rússia e dos EUA, que têm a esmagadora maioria do arsenal nuclear, temos a França, o Reino Unido e a China com mais ou menos 250, 300 ogivas nucleares. Depois temos um par que é a India e o Paquistão, que provavelmente terão entre as 100 e as 120 ogivas cada um. E depois a Coreia do Norte”, acrescenta Lemos Pires.

A Coreia do Norte é um dos países com armas nucleares, mas o número, ao certo, é desconhecido.

Questionado sobre os efeitos das armas nucleares para a estabilidade do mundo, o militar chama a atenção para os dois lados da moeda.

“A dissuasão nuclear pode ter tido até hoje um efeito dissuasor na prevenção da paz, na medida em que um conflito de larga escala nunca se desenvolveu, mas a alternativa é a destruição do planeta, ou seja, nós falamos em MAD, ou seja, Mutual Assured Destruction - o que quer dizer a destruição assegurada mútua”, refere.

Lemos Pires acrescenta que “se, porventura, houvesse uma guerra termonuclear entre os EUA e a Rússia, e eles decidissem utilizar 1/10 do seu arsenal, um contra o outro no mundo inteiro, isso bastava para destruir o planeta varias vezes. Portanto, estamos a falar se por ventura a dissuasão nuclear pode ter garantido em parte uma certa paz entre as grandes potências. Por outro lado, a alternativa de alguma vez vir a ser usado, é a destruição. A destruição da própria humanidade”.

No dia em que foi conhecido o Nobel da Paz 2017, o Comité Nobel chamou a atenção para o facto de o risco nuclear ser agora maior do que nunca.

Comentários
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  • António Rodrigues
    06 out, 2017 Viseu 20:47
    Eu já por várias vezes manifestei a minha opinião, e essa vai direitinha no sentido de, "todo o armamento nuclear ser destruído". Não basta apenas proibir o novo fabrico.

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