03 abr, 2017 - 13:11 • Rui Barros
Pelo menos 14 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na sequência de uma explosão no metro de São Petersburgo, na Rússia. O balanço dos feridos foi actualizado: há 51, dos quais 49 continuam hospitalizados. A Procuradoria-geral da Rússia fala em acto terrorista.
O ataque, que ainda não foi reivindicado, terá sido levado a cabo por um bombista suicida, de 23 anos, natural da Ásia Central.
Das vítimas mortais, sete morreram no local, uma na ambulância e duas no hospital, revelou o ministro da Saúde russo.
Ao contrário daquilo que chegou a ser avançado por outras fontes, só uma bomba explodiu dentro do metro, mas a agência oficial russa Interfax avançou que um explosivo foi descoberto na estação Loshchad Vosstaniya por detonar. As forças de segurança russa anunciaram que desarmadilharam o explosivo.
Fonte citada pela Interfax diz que a explosão no metro não foi muito potente, devendo tratar-se apenas de 0,2 ou 0,3 quilos de explosivos. Calcula-se que as bombas estariam revestidas de material pensado para causar o máximo de estilhaços possível. Uma fonte disse à mesma agência que a bomba foi deixada numa pasta dentro da carruagem.
O incidente ocorreu às 14h40 locais (12h40 em Lisboa) numa composição que fazia a ligação entre a Praça Sennaya e o Instituto Tecnológico.
Todas as estações de metro foram fechadas, avança a Interfax, que dá conta de um reforço da segurança. A agência de transportes aéreos da Federação Russa ordenou que se tomassem medidas adicionais de prevenção nos aeroportos de forma a "prevenir possíveis actos ilegais, incluído actos relacionados com terrorismo", informa a mesma agência estatal.
As imagens publicadas nas redes sociais mostram a porta de uma carruagem destruída.
Vladimir Putin - que era esperado em São Petersburgo esta segunda-feira para um encontro com o Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko - já comentou o incidente, deixando em aberto a possibilidade de se tratar de um acto terrorista.
Putin ordenou a abertura de uma investigação e expressou as suas condolências às vítimas. Mais tarde, deslocou-se à estação do metro para depositar flores em sinal de luto.
A Interfax avança que as câmaras de vigilância poderão ter captado as imagens do alegado responsável pela explosão.
Investigação a "ataque terrorista"
Em comunicado divulgado durante a tarde de segunda-feira, as autoridades russas informaram que foi aberto um processo criminal aos incidentes no metro de São Petersburgo e que o caso será tratado como "um acto terrorista".
Apesar de tudo, as autoridades russas não descartam outras hipóteses, informando que "continuarão a verificar todas as versões possíveis do que aconteceu".
Embora o atentado ainda não tenha sido reivindicado, o principal suspeito é o autodenominado Estado Islâmico, que já ameaçou várias vezes o Estado russo, sobretudo devido ao envolvimento deste país na guerra civil da Síria, onde tem atacado o grupo no terreno.
O Estado Islâmico conta com muitos recrutas de repúblicas de maioria islâmica que fazem parte da Federação Russa, incluindo da Tchechénia. Alguns dos piores ataques terroristas que a Rússia sofreu no seu próprio terreno, nas últimas décadas, foram levados a cabo por operacionais tchechenos, mais especificamente durante a guerra de independência daquela região, que terminou com vitória da Rússia.
Mais recentemente, o ramo do Estado Islâmico que opera na Península do Sinai, no Egipto, reivindicou um atentado que destruiu um avião russo, que transportava 224 pessoas.
[Notícia actualizada às 22h21]