A+ / A-

Refugiados enfrentam “sérias condições” de sobrevivência nos campos

18 jan, 2017 - 11:41

Amnistia pede a Bruxelas medidas efectivas de apoio. Os campos continuam lotados, muitas pessoas continuam a viver em tendas precárias, que não têm aquecimento ou água quente.

A+ / A-

A Amnistia Internacional vai pedir à Comissão Europeia medidas para retirar os refugiados que se encontram nas ilhas gregas expostos ao mau tempo, confirmou a responsável pela campanha que foi lançada pela organização.

“Iniciamos uma acção de apoio, a nível mundial, na semana passada, mas queremos falar com a Comissão Europeia e alertar a instituição de que as pessoas estão bloqueadas nas ilhas gregas por causa do acordo entre a União Europeia e a Turquia, que não é um país seguro para o acolhimento dos refugiados”, disse à agência Lusa Monica Costa Riba, responsável em Londres pela campanha da Amnistia Internacional (AI) e pelos contactos com o terreno.

“A Comissão Europeia e os governos europeus têm de dar todos os passos que forem necessários, em coordenação com as autoridades gregas, e começar a transferir as pessoas para território continental para que os processos de asilo possam iniciar-se. Nas ilhas, os refugiados estão fechados”, sublinha.

Até ao momento continua em vigor o acordo entre a União Europeia e o governo de Ancara que recebe os refugiados e migrantes que pretendem asilo nos países europeus.

O processo burocrático de pedido de asilo começa na Grécia mas o país não tem condições para receber o número muito de elevado de pessoas que procuram protecção nos países europeus enfrentando “sérias condições” de sobrevivência nos campos e que se agravaram com a recente descida das temperaturas.

“Os campos continuam lotados. Já dissemos às autoridades de Atenas que as instalações não estão preparadas para o Inverno. Sabemos que muitas pessoas continuam a viver em tendas muito precárias e não têm aquecimento ou água quente. É uma situação extrema que tem de ser resolvida com urgência”, frisa Monica Costa Riba.

60 mil refugiados na Grécia

De acordo com os dados recolhidos pela organização humanitária com sede em Londres, as autoridades gregas e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) das Nações Unidas estão a transferir “as pessoas mais vulneráveis” para hotéis estando um navio da Marinha de Guerra da Grécia a fazer o transporte.

“Trata-se de uma medida ocasional”, lamenta a responsável da AI acrescentando que são necessárias melhores instalações para os refugiados que continuam nas ilhas gregas sendo que o “mais importante a fazer neste momento”, é a transferência das pessoas e depois proceder a recolocação para os vários países europeus, incluindo Portugal.

“O Inverno era esperado, acontece todos os anos, e esta situação poderia ter sido perfeitamente evitada. A Amnistia Internacional, assim como outras organizações humanitárias com representantes no terreno, já tinham avisado sobre a precariedade das instalações onde se encontram pessoas que fugiram de guerras e que, também por isso, são especialmente vulneráveis”, refere.

Na Grécia, encontram-se cerca de 60 mil refugiados, dos quais 40 mil estão distribuídos por cinco ilhas e “apenas uma minoria” está a viver em hotéis e apartamentos.

Segundo a Amnistia Internacional, na ilha de Lesbos encontram-se seis mil pessoas mas o campo só tem capacidade para três mil refugiados. A mesma situação verifica-se em Chios onde estão 3.500 pessoas, o dobro da capacidade do campo, estando a enfrentar condições “muito difíceis” que se agravaram com os efeitos do mau tempo.

A maior parte dos refugiados que se encontram na Grécia e que procuram asilo na Europa são civis oriundos da Síria, Iraque e Afeganistão, três países que enfrentam guerras prolongadas.

Em Portugal, a campanha mundial da AI de apoio aos refugiados foi lançada na sexta-feira passada e recolheu até terça-feira mais de três mil assinaturas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António Pais
    19 jan, 2017 Lisboa 09:37
    Se trouxermos mais uns 100 milhões poderemos distribuir as pessoas nas casas desocupadas da Europa, por exemplo nas casas de férias e em timesharings. Essas casas têm condições e estão desocupadas. é uma questão de se verem uns imóveis sem ocupação e colocar lá gente. Assim sim.
  • Alex
    18 jan, 2017 Carvalho 15:40
    Bem vindos à Europa!! O melhor é retornarem para o quentinho.
  • AM
    18 jan, 2017 Lisboa 15:38
    Respondendo à "Teresa", - não foi o quentinho dela que levou com um balazio em cima...
  • Teresa
    18 jan, 2017 lisboa 14:39
    Quanto mais condições tiverem , mais virão para cá. Depois que não sejam os contribuintes a pagar as más opções dos politicos que não controlam as vagas de clandestinos

Destaques V+