A+ / A-

Professores voltam às negociações. "Ministro arrisca-se a não ter um final de ano letivo tranquilo"

03 mai, 2024 - 07:29 • Fátima Casanova , Diogo Camilo

Sindicatos têm reuniões esta sexta-feira no Ministério da Educação para esclarecer as declarações de Miranda Sarmento, que disse no Parlamento que a primeira tranche de descongelamento só aconteceria no próximo ano. Fenprof e FNE querem que reposição comece em 2024 e não descartam greves ainda este ano letivo.

A+ / A-

A recuperação do tempo de serviço dos professores volta a estar em cima da mesa esta sexta-feira, com a primeira ronda negocial com sindicatos a acontecer no Ministério da Educação.

À Renascença, o líder da Fenprof defende que a recuperação do tempo de serviço congelado tem de começar este ano, isto depois do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento ter dito no Parlamento que a primeira tranche de descongelamento só aconteceria no próximo ano.

“O adiamento de um compromisso que já foi assumido em reunião institucional seria o primeiro passo para o incumprimento e isso não vamos tolerar. Se o senhor ministro, que queria ter o início do próximo ano tranquilo, se não for cumprido esse compromisso arrisca-se a não ter sequer um tranquilo final deste ano letivo”, avisa Mário Nogueira.

Antecipando uma possível queda do Governo, o responsável da Fenprof pede que todo o dossier da recuperação do tempo de serviço dos professores fique fechado este ano.

“É indispensável começar em 2024. É indispensável que o decreto lei que vai prever a recuperação fique em vigor a partir deste ano e estabeleça esse faseamento”, defende.

A reunião do secretário-geral da Federação Nacional dos Professores no Ministério da Educação está marcada para as 8h30, pouco antes da reunião com a Federação Nacional da Educação (FNE).

FNE. “É mau sinal que um Governo esteja já a rever o seu programa”

Do outro lado, também a FNE pretende esclarecimentos para esta reunião com o ministro da Educação sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores.

Depois das declarações de Miranda Sarmento sobre o descongelamento da primeira tranche só no próximo ano, Pedro Barreiros quer trazer o assunto logo no início da reunião desta manhã. À Renascença, o responsável diz que não quer acreditar que o Executivo de Luís Montenegro esteja já a repensar aquilo que prometeu.

“É muito mau sinal que um Governo, no espaço de um mês, esteja já a rever o seu programa. Não queremos acreditar que seja possível, independentemente dos custos associados, uma inversão do que nos foi dito na primeira reunião”, afirmou o responsável da FNE, que admite ainda que o sindicato poderá avançar para manifestações se a recuperação do tempo de serviço for adiada para o próximo ano

Questionado pela Renascença sobre a possibilidade de os professores fazerem greve, o secretário-geral da FNE diz que tudo está em aberto: “Todas as possibilidades estão em cima da mesa. Os professores não gostam de fazer greves, querem estar na escola com os seus alunos, em paz e com tranquilidade, com todas as condições de trabalho. Se o Ministério da Educação quiser continuar na senda daquele que o antecedeu, vamos ter problemas”, diz.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+