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Embaixador não acredita em mudança na relação entre os aliados EUA e Europa

08 nov, 2016 - 23:36 • Susana Madureira Martins

Robert Sherman considera que Donald Trump, se ganhar as eleições, saberá respeitar a tradição dos anteriores presidentes e colocar de parte o radicalismo que fez parte da campanha, tornando-se um presidente mais inclusivo.

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As relações entre os Estados Unidos e a União Europeia não vão mudar seja qual seja o resultado das eleições norte-americanas desta terça-feira, acredita o embaixador em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas num evento organizado pela embaixada para acompanhar a noite eleitoral, Robert Sherman diz que ambos os candidatos, Hillary Clinton e Donald Trump, têm a noção que é muito difícil de agir na cena internacional sem o apoio dos seus aliados.

“Não vejo uma mudança na relação com a Europa. O que se diz durante a campanha é muito diferente de quando te sentas atrás daquela secretária na sala oval. Quem for eleito vai perceber que o mundo é complicado demais para a América agir sem os seus aliados. E os nossos principais aliados estão na Europa. Por isso, vejo uma parceria continuada com a Europa em questões importantes para os Estados Unidos.”

O diplomata considera ainda que seria uma pena se, com Clinton ou Trump, o TTIP, o acordo de comércio transatlântico entre os Estados Unidos e a UE, ficasse na gaveta após o empenho do actual presidente Barack Obama.

Em relação à Base das lajes, na ilha açoriana da Terceira, o embaixador dos Estados Unidos garante que continua a ser um centro estratégico para o seu país, mas é preciso colocar os militares norte-americanos mais perto dos pontos mais problemáticos do mundo.

Questionado sobre a eventual radicalização e fractura dos Estados Unidos após estas eleições, Robert Sherman diz-se optimista, apesar de reconhecer que a linguagem usada nesta campanha presidencial não teve precedentes com nenhuma outra.

“Sou um optimista. Já vi eleições polarizadas no passado. Nunca vi umas eleições com o tipo de linguagem utilizada nesta eleição e estou desapontada. Se tivesse filhos pequenos não queria que ouvissem as palavras que estão a ser utilizadas pelos candidatos. Mas sou um optimista, acredito que os americanos vão conseguir pôr as suas diferenças de lado. Vimos isso acontecer nas eleições de 2000, entre George W. Bush e Al Gore”, diz o embaixador.

Robert Sherman considera que Donald Trump, se ganhar as eleições, saberá respeitar a tradição dos anteriores presidentes e colocar de parte o radicalismo que fez parte da campanha, tornando-se um presidente mais inclusivo.

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