Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Amnistia alerta para a situação preocupante de milhares de refugiados

15 set, 2016 - 01:02

75 mil refugiados estão bloqueados na fronteira entre a Síria e a Jordânia.

A+ / A-

Pelo menos 75 mil refugiados estão bloqueados na fronteira entre a Síria e a Jordânia. A denúncia parte da Amnistia Internacional (AI), que diz que estas pessoas estão impedidas de receber ajuda humanitária numa região desértica na zona de Rukban.

A organização de defesa dos direitos humanos indicou que há gravações vídeo e imagens de satélite que mostram cemitérios improvisados, campas junto às tendas dos refugiados abandonados naquela terra de ninguém, sem quaisquer condições de sobrevivência.

Pedro Neto, director executivo da Amnistia em Portugal, explica que a Jordânia decidiu encerrar a fronteira há cerca de um ano, depois de um ataque às forças de segurança no local.

A Amnistia espera que esta situação seja analisada nas duas reuniões previstas para a próxima semana, em que vai ser debatida a situação dos refugiados. São dois encontros que vão ter lugar em Nova Iorque, um nas Nações Unidas, outro promovido pelo presidente norte-americano, Barack Obama.

Pedro Neto descreve as soluções possíveis para este problema: “O que a Amnistia tem vindo a pedir insistentemente às autoridades é que haja rotas seguras para estes refugiados puderem fugir da guerra. A segunda coisa que pedimos é que haja responsabilidades partilhadas dos países”.

"Abjecto falhanço do mundo"

Relatos recentes obtidos pela AI junto das pessoas da zona conhecida como "a berma" traçam um retrato de desesperado sofrimento humano e salientam as trágicas consequências do fracasso mundial em partilhar responsabilidades pela crise global de refugiados, uma semana antes de os líderes de todo o mundo se reunirem em Nova Iorque para duas cimeiras ao mais alto nível para debater o problema.

"A situação fornece uma imagem sombria das consequências do abjecto falhanço do mundo em assumir a responsabilidade pela crise global dos refugiados. O resultado inevitável deste fracasso é que muitos dos países vizinhos da Síria fecharam as fronteiras aos refugiados", disse a directora de Respostas a Crises da Amnistia Internacional, Tirana Hassan.

"É um cenário desesperado, o das pessoas encurraladas na berma, a comida está a acabar-se e a doença alastra. Em alguns casos, as pessoas padecem ou morrem mesmo de doenças evitáveis, simplesmente porque não lhes é permitido entrar na Jordânia e as autoridades bloquearam o acesso a assistência, tratamento médico e resposta humanitária significativa", insistiu.

Os países vizinhos da Síria, incluindo a Jordânia, que alberga 650 mil refugiados, acolheram a grande maioria das pessoas que fugiram à guerra, esgotando os recursos de que dispunham.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Alberto Sousa
    15 set, 2016 MONTIJO 17:14
    Quem gostaria de viver, em paises onde só se vê areia, e pedragulhos, até ao horizonte? Os voluntários que ponham a mão no ar. Então não há ninguem? Só se for para ver as piramides. Por isso a velha Europa os atrai. Sabendo de antemão que a unica coisa que podem esperar, é morrer de morte macaca, preferem arriscar a vida, atravessando o mar, mesmo que custe a vida a milhares. Segundo ponto, eles têm odio uns aos outros. SUNITAS E XIITAS NUNCA FUNCIONARAM BEM. SEGUEM DIFERENTES VERSÕES DO CORÃO. Os que aguentavam e tinham mão pela força, nesses ódios. os Americanos fizeram o favor, de os eliminar da face da terra. E sobrou para nós Europeus. Estupidez do BUSH, Estupidez da MERKEL, QUE OS CHAMOU. Não são eles os culpados, da situação que se vive na Europa! Vamos mete-los em campos de concentração? Qual de vós gostaria de ser marginalizado dessa maneira, E disso não falta nesta Europa. Construir muros e por arame farpado nas fronteiras, não é solução. Afinal eles são tão humanos como todos nós. NOVA ORDEM MUNDIAL, É A SOLUÇÃO, QUE NINGUEM QUER ENCHERGAR. PREFERIVEL AMANDAR BITATES QUE TRESANDAM A XENÓFOBIA, NESTA INTERNET, DO QUE OLHAR O ASSUNTO COM DIGNIDADE E HUMANIDADE. RESPEITO É A PALAVRA MÁGICA. ALEM DISSO AO MENOS O CÉU NÃO TEM MUROS, E OS PÁSSAROS NÃO RISCAM FRONTEIRAS, NEM PÕEM VIDROS PARTIDOS NAS NUVENS. NOVA ORDEM MUNDIAL, É PRECISA URGENTE. E O MUNDO SERIA UM SÓ MUNDO.
  • António Costa
    15 set, 2016 Cacém 15:52
    O meu comentário de apoio ao Paulo de Olhão foi censurado. Nele referia a problemática do Setembro "negro" de 1970 e sua importância na guerra civil Libanesa que se seguiu. O Islão hoje é praticado por 20% da humanidade e evidentemente que não são "pessoas más"! O que acontece é que no Cristianismo escolhe-mos as regras do dia-a-dia. Mudamos as regras quando mal ou bem percebe-mos que elas "já não funcionam". No Islão as "regras do dia-a-dia" e a Religião são a mesma coisa. Não são as pessoas que são más. É a Religião que não permite que as "regras" mudem. Porque mudar as "Regras" é mudar a Religião.
  • TUGA
    15 set, 2016 LISBOA 09:09
    A MIM PREOCUPA-ME A SITUAÇÃO DRAMÁTICA DE DOIS MILHÕES DE POBRES PORTUGUESES!!!! PREOCUPA-ME A SIYUAÇÃO DRAMÁTICA DE MAIS DE MEIO MILHÃO DE DESEMPREGADOS EM PORTUGAL, PREOCUPA-ME A SITUAÇÃO DRAMATICA DE MILHARES DE CRIANÇAS COM FOME, HÁ PORTUGUESES INFELIZMENTE PROCUPADOS COM OS OUTROS, SERÁ QUE SÃO MESMO PORTUGUESES???
  • Paulo
    15 set, 2016 Olhão 04:19
    E 95% com um sonho: " Germany or nothing ! " Onde irão protestar porque os centros de acolhimento são longe do centro, a comida é estranha, a internet é lenta e se aborrecem por não ter nada para fazer. Durante a visita de António Costa ao campo de refugiados de Eleonas, onde fez saber a intenção de Portugal receber 1250 deles (salvo erro) e onde todos manifestaram o desejo de ir para a Alemanha e apenas uma rapariga iraniana indagou da possibilidade de vir para Portugal, após saber que os vindos de países em guerra teriam prioridade. Os portugueses migrantes nos anos 60/70 sujeitavam-se aos bidonvilles estes EXIGEM apartamentos próximos dos centros das cidades., comida halal ou, como os muçulmanos da Mouraria, uma mesquita mais próxima pois a da praça de Espanha é muito longe. Santa paciência para a noção de dignidade destas pessoas. Diz um provérbio árabe : " durante a tempestade de areia não deixes um camelo abrigar a cabeça na tua tenda pois a seguir entra o corpo e expulsa-te". Os países do golfo seguem o provérbio à risca. P.S. Sou pelo apoio a famílias e contra a entrada de jovens rapazes ou que pelo menos sejam bem avaliados antes de lhes ser concedido asilo. Segundo sondagem recente o apoio ao daesh entre os jovens árabes na faixa 15/24 anos caiu de 19% em 2015 para 13% em 2016. Só posso imaginar qual será a percentagem deste apoio em países como o Paquistão com os seus 22 milhões de rapazes naquela faixa etária.

Destaques V+