21 mar, 2016 - 20:19 • Ricardo Vieira
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O Presidente de Cuba foi confrontado esta segunda-feira com a questão dos presos políticos. Raúl Castro desafiou o jornalista a apresentar-lhe uma lista e, se fosse verdade, seriam todos libertados.
"Dá-me a lista com o nome desses presos. Serão libertados até ao final do dia", declarou o líder cubano durante uma conferência de imprensa conjunta, em Havana, com o Presidente norte-americano, Barack Obama.
A afirmação de Raúl Castro acontece horas depois de vários elementos do movimento Mulheres de Branco terem sido detidos durante uma manifestação, em Havana, em defesa dos direitos humanos e da libertação dos presos políticos.
“Mais de 8.600 detenções politicamente motivadas”
O relatório 2015/2016 da Amnistia Internacional (AI), sobre o estado dos direitos humanos no mundo, denuncia “milhares de casos de assédio a críticos do Governo e de prisões e detenções arbitrárias”.
O motivo destas detenções prende-se com a tentativa de “exercerem seu direito à liberdade de expressão, associação, reunião e movimento”.
A Amnistia cita números da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), que registou e documentou “mais de 8.600 detenções politicamente motivadas” de activistas e adversários do Governo dos irmãos Castro, durante o ano passado.
O relatório indica que antes da visita do Papa ao país, em Setembro do ano passado, as autoridades de Havana prometeram amnistiar mais de 3.500 presos, mas antes da chegada de Francisco foi relatado “um aumento significativo no número de prisões e detenções breves”.
Só em Setembro de 2015 foram registadas 882 prisões arbitrárias, entre a quais as de três activistas da União Patriótica de Cuba (UNPACU) que tentaram falar com o Papa sobre direitos humanos.
Para impedir concentrações e manifestações, as autoridades cubanas detiveram elementos das Mulheres de Branco e da UNPACU por períodos até 30 horas, indica a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.
No Dia Internacional dos Direitos Humanos, a 10 de Dezembro, a polícia cubana realizou uma vaga de detenções de activistas, para impedir que se assinalassem a data, e impediu a comunicação social de fazer a cobertura da operação, segundo o relatório da Amnistia Internacional.