30 nov, 2015 - 09:15 • José Pedro Frazão enviado da Renascença a Paris
Depois dos ataques de 13 de Novembro, Paris recebe a maior concentração de líderes mundiais num só dia de que há memória recente. Um teste à capacidade de garantir a segurança de uma capital que vive rodeada de fortes medidas de segurança depois dos atentados que fizeram 130 mortos há duas semanas.
A juntar ao estado de emergência e consequente reforço da segurança, a Cimeira do Clima obriga a um apertado esquema de protecção não só do local da conferência, situado num centro de congressos no norte de Paris, mas também dos hotéis, aeroportos e dos percursos usados pelos cerca de 150 chefes de Estado e de Governo.
Para facilitar a operação de segurança, as autoridades cortaram várias vias rápidas de acesso a Paris e apelaram a uma mudança de rotinas por um dia, pedindo aos parisienses que não utilizem transportes individuais e até que, dentro do possível, não venham trabalhar. O trânsito esta segunda-feira de manhã em Paris mostrava-se mais fluido que o normal em resultado destas medidas.
Policia em todo o lado
A Cimeira do Clima mobiliza 120 mil militares e policias em todo o país, devido também ao controlo de fronteiras, cuja reposição estava já prevista antes dos atentados de 13 de Novembro. Policias fortemente armados percorrem as principais avenidas da cidade de Paris. 6300 policias estão destinados apenas para controlo das comitivas dos países participantes.
A organização escolheu organizar a Conferência em Le Bourget, no norte de Paris, não muito longe do aeroporto Charles de Gaulle. O centro de congressos acolhe a Conferência até 11 de Dezembro, contando com 40 mil participantes e 3.000 jornalistas, protegidos por um forte esquema de segurança.
Cidade anti-manifs
O espectro de novos ataques terroristas motiva também este reforço de segurança, mas a tolerância zero dirige-se também para as manifestações que foram canceladas também ao abrigo do estado de emergência. As autoridades estavam à espera de escaramuças como as de domingo na Praça da República em Paris, tendo mobilizado dezenas de carrinhas preenchidas por elementos da polícia de choque. Numa acção criticada pela organização da marcha entretanto cancelada, tinham sido realizadas buscas em residências de activistas nos dias anteriores.
Depois de uma autorização tácita das autoridades para uma concentração simbólica de sapatos (em vez de uma grande marcha pelo clima) e para um cordão humano da Praça da República até ao Bataclan, grupos anti-capitalistas decidiram atacar a policia com garrafas,até com velas do memorial provisório pelas vitimas dos ataques de Paris. 317 pessoas passaram a noite na esquadra, anunciou esta manhã a policia francesa.