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Três mortos confirmados em hotel do Mali. Funcionária escapa a ataque porque se atrasou

20 nov, 2015 - 11:08

Um comando jihadista entrou no Radisson Blu e fez 170 pessoas reféns. Os que conseguiram recitar excertos do Alcorão foram libertados. O tiroteio durou toda a manhã.

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Assalto a hotel no Mali faz 3 mortos e 170 reféns
Assalto a hotel no Mali faz 3 mortos e 170 reféns

Há pelo menos três mortos confirmados entre os reféns de um grupo de homens jihadistas que esta sexta-feira de manhã invadiram um hotel de luxo da capital do Mali, Bamako.

O número de mortos foi avançado pelo Ministério maliano da Segurança, segundo o qual as forças policiais já conseguiram resgatar uma dezena de reféns. Ao início da manhã, dois homens armados tinham feito 170 reféns, entre 140 hóspedes e 30 funcionários do hotel. Entretanto, libertaram aqueles que conseguiram recitar excertos do Alcorão.

Segundo a CNN, que cita fonte da ONU, as vítimas mortais serão dois malianos e um francês.

Entre os clientes do hotel há dezenas de estrangeiros, entre franceses, turcos e chineses (pelo menos sete, segundo a agência de notícias Xinhua).

De acordo com um comunicado do grupo Rezidor, proprietário do hotel Radisson Blu de Bamako, foram dois os homens armados a entrar no hotel.

Funcionária escapou ao ataque

Mariam Touré é funcionária do Radisson Blu de Bamako e, em declarações à televisão francesa iTelé, referiu que não foi apanhada na acção dos jihadistas por pouco. Estava prestes a entrar ao serviço quando tudo aconteceu.

“Tudo aconteceu por volta das 7h15 da manhã, por isso todos os funcionários já estavam no local. É difícil perceber o que se está a passar no interior do hotel, porque certamente as pessoas devem estar proibidas de mexer no telefone fixo”, afirma.

“Outras informações sobre as pessoas não sabemos ao certo. Há testemunhas que viram entrar dois homens armados, mas há quem visse apenas um. Por agora é o que se sabe”, adianta.

As forças de segurança do Mali, por seu lado, falaram de pelo menos 10 jihadistas.

Operação militar em curso

As forças policiais do Mali desencadearam uma vasta operação militar para tentar acabar com o sequestro.

Há unidades de elite, forças armadas e polícia a garantir um perímetro de segurança em redor do hotel. A França já disponibilizou ajuda ao Governo do Mali.

Já foram resgatados 80 reféns. Antes, os atacantes libertaram os reféns que conseguiram recitar excertos do Alcorão. Três dos funcionários das linhas aéreas turcas que se encontravam entre os reféns conseguiram, entretanto, fugir.

Três membros das Nações Unidas foram também retirados em segurança do hotel. Um número indeterminado de funcionários da ONU continua dentro do edifício.

Presidente interrompe visita ao Chade

O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, encontrava-se numa cimeira no Chade e decidiu regressar ao país ao saber do ataque.

A notícia do sequestro também chegou ao Presidente norte-americano, Barack Obama, que se encontra na Malásia e que pediu à sua conselheira de política nacional, Susan Rice, que o mantivesse actualizado sobre a situação.

A identidade dos homens que invadiram o hotel de Bamako ou o grupo a que pertencem é ainda desconhecida.

O Norte do país esteve, até 2012, ocupado por guerrilheiros fundamentalistas islâmicos, alguns dos quais com ligações à Al-Qaeda. Foram expulsos numa operação militar liderada pela França, mas continuou a haver episódios esporádicos de violência, sobretudo no sul do deserto do Saara e na capital, Bamako.

De acordo com as forças de segurança do Mali, os homens entraram no hotel a gritar “Deus é grande” (“Allahu Akbar”) enquanto disparavam. Dois guardas terão ficado feridos.

Comentários
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  • jose vieira
    20 nov, 2015 Alcobaca 14:19
    pouco a dizer!!matem-nos antes que eles matem os nossos filhos e nossos netos e deixem de comprar petróleo e algodão a esses facínoras, porque aí está a base deste problema,tão simples quanto isto.
  • paulo silva
    20 nov, 2015 lisboa 12:29
    o terrorismo começa a banalizar-se tanto que, qualquer dia olharemos para ele com a mesma indiferença com que olhamos atualmente para imagens de crianças subnutridas...

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