19 out, 2017 - 12:01
O ex-presidente do Comité Olímpico do Brasil (COB), Carlos Nuzman, foi formalmente acusado, esta quinta-feira, de corrupção, pelo Ministério Público brasileiro.
Nuzman, que se demitiu do cargo que detinha, devido às investigações levadas a cabo pela polícia brasileira, é acusado de gestão de organização criminosa, lavagem de dinheiro e violação de leis monetárias, durante a campanha para a organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realizados em 2016.
A acusação é consequência da investigação, que levara à detenção do ex-dirigente, a 5 de Outubro, a um alegado pagamento de dois milhões de dólares (1,69 milhões de euros), para assegurar votos para a candidatura do Rio. Nuzman nega qualquer actividade criminosa.
De acordo com a acusação, Nuzman e o antigo governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, "solicitaram directamente" o pagamento de dois milhões de dólares, por parte do empresário brasileiro Arthur Soares, que supostamente pagou ao filho de um influente membro senegalês do Comité Olímpico Internacional (COI), três dias antes da votação para a atribuição dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.
O Rio de Janeiro bateu a concorrência de Chicago, Madrid e Tóquio, tornando-se a primeira cidade sul-americana a organizar as Olimpíadas.
Além de Nuzman, também Sérgio Cabral, Arthur Soares, o ex-director do COB Leonardo Gryner, o membro senegalês do COI, Lamine Diack, e o filho dele foram todos formalmente acusados e negam as alegações.
Cabral já está, de resto, na prisão, a servir uma pena de 14 anos, por corrupção e lavagem de dinheiro. Há um mandato de captura no nome de Soares, no entanto, o empresário continua à solta. Nuzman e o COB foram suspensos, no início de Outubro, pelo COI.