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Jerónimo de Sousa diz adeus à "geringonça". “Será em função das opções do PS que a CDU determinará o seu posicionamento"

06 out, 2019 - 22:06 • Ricardo Vieira

Secretário-geral do PCP garante que vai combater no Parlamento “todos os retrocessos que o PS queira impor”.

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O secretário-geral do PCP afirma que a CDU agirá no plano do apoio parlamentar “em função das opções do PS". Jerónimo de Sousa não se compromete, para já, com um acordo prévio para uma nova "geringonça", apenas com o povo e os trabalhadores.

“Será em função das opções do PS, dos instrumentos orçamentais que apresentar, do conteúdo do que legislar que a CDU determinará, como sempre, o seu posicionamento, vinculada aos compromissos que assumiu com os trabalhadores e com o povo, decidido a dar combate a todas as medidas negativas e retrocessos que o PS queira impor”, afirmou Jerónimo de Sousa numa declaração na sede do PCP, em Lisboa.

Jerónimo de Sousa, cuja declaração foi sendo adiada desde as 21h30 até às 21h53, assumiu assim que a denominada "geringonça" - as posições conjuntas entre PS, BE, PCP e PEV de 2015 - chegou ao seu fim, pois "não haverá repetição da cena do papel", referindo-se à assinatura dos acordos bilaterais há quatro anos.

O PS não deverá conseguir uma maioria absoluta, mas "nada obsta a que, como aconteceu durante décadas, que o Presidente da República indigite o primeiro-ministro, se forme governo e este entre em funções".

Para o líder comunista, "o que se impõe é uma política alternativa patriótica de esquerda que o PS não está em condições de assegurar".

Jerónimo de Sousa promete combater “todas as medidas negativas” para o povo e os trabalhadores e a “todos os retrocessos que o PS queira impor”, bem como a contribuir para aprovar "medidas que signifiquem avançados". E aqui defendeu o aumento dos salário mínimo nacional para 850 euros, aumento real e geral das pensões de reforma, creche gratuita para todas as crianças até aos três anos, direito à habitação com garantia de arrendatários e construção de habitação pública, reforço do investimento em falta do Serviço Nacional de Saúde e serviços públicos, 1% para a cultura, garantia da proteção da natureza, meio ambiente e equilíbrio ecológico.

O líder do PCP reconhece que "o resultado obtido pela CDU, traduzido numa redução da sua expressão eleitoral e número de deputados, traduz factor negativo para a vida do país, mas é obtido no quadro político-ideológico presente nas eleições para o Parlamento Europeu".

Jerónimo de Sousa considera que o resultado da CDU é "inseparável de uma "intensa e prolongada operação, sustentada na mentira e na difamação", em benefício de "outras forças políticas".

"Estamos longe daquelas declarações agoirentas de que a CDU estava arrumada, que era inevitável o seu declínio e morte. O que dirão hoje esses senhores que comentaram esse notícia", frisou.

Com este resultado da CDU a defesa dos direitos dos trabalhadores "saem enfraquecidos", lamentou. "Mais cedo que tarde compreenderão que é com esta força que conta", afirmou.

Questionado pelos jornalistas após a sua intervenção, o secretário-geral do PCP confessou que, até agora, ainda não foi contactado pelo líder do PS, António Costa.

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