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Salário inicial de jovens licenciados em 2020 era inferior ao de 2006

20 mar, 2023 - 18:03 • Lusa

Em 2020, o salário médio real de entrada no mercado de trabalho era de 1.050 euros para um jovem com licenciatura ou bacharelato e, em 2006, o valor era de 1.088 euros.

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O salário médio real de entrada no mercado de trabalho de jovens com ensino superior era em 2020 inferior ao registado em 2006, segundo um estudo do Banco de Portugal (BdP) divulgado esta segunda-feira.

A conclusão integra um estudo sobre "A distribuição dos salários em Portugal no período 2006-2020" que será também publicado esta semana no Boletim Económico de março do BdP.

Os resultados do estudo mostram "uma redução muito acentuada do salário médio de entrada" no mercado de trabalho dos jovens com ensino superior, com idade igual ou inferior a 30 anos, sobretudo entre 2010 e 2014, seguida de uma recuperação que, ainda assim, não permite chegar a níveis semelhantes em termos reais, a 2006.

Em 2020, o salário médio real de entrada no mercado de trabalho era de 1.050 euros para um jovem com licenciatura ou bacharelato e, em 2006, o valor era de 1.088 euros.

No caso de um jovem com mestrado, o salário médio real de entrada aumentou ligeiramente, de 1.150 euros em 2006 para 1.178 euros em 2020.

"No período mais recente, o salário médio real de entrada ainda é inferior ao observado entre 2006 e 2010, mas o perfil ascendente dos salários nos anos que se seguiram (...) foi mais acentuado", pode ler-se no documento, no qual se explica que esta situação poderá estar associada "a um ajustamento gradual da procura de trabalho ao aumento significativo da oferta de trabalhadores com escolaridade mais elevada".

Por escalões etários, o documento avança que, apesar do crescimento nos últimos anos, "em 2020, o salário médio real dos indivíduos com idade entre os 25 e os 34 anos (2.073 euros) era ainda inferior ao salário médio real em 2006 dos trabalhadores do escalão etário imediatamente acima (2.102 euros)".

"Tal ilustra a importância do salário de entrada na definição do salário ao longo da vida ativa", realça o BdP.

Contudo, há situações que podem alterar as trajetórias individuais de salários, como por exemplo, uma mudança de emprego, que resulta num crescimento salarial médio de 5%, um valor superior ao crescimento salarial médio de 2% observado para os trabalhadores que permaneceram na mesma empresa entre 2006 e 2020.

Este diferencial, segundo o documento, tende a ser menor em períodos recessivos devido à diminuição do número de contratações.

"O crescimento salarial médio associado à mudança de emprego parece ser mais significativo nos trabalhadores com ensino superior, sendo de 9% em média no ano da mudança", indica o BdP.

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  • Anastácio José Marti
    21 mar, 2023 Lisboa 08:37
    Mais uma vez, à boa maneira portuguesa, estamos a ver a situação dos licenciados apenas com um dos olhos, pois se é verdade o que afirmam na vossa notícia a mesma está incompleta pois existem licenciados, como um colega meu DEFICIENTE, a quem continua ainda hoje a ser imposto um real homicídio profissional que continua ilegal, imoral, desumana e de uma forma totalmente desonesta em termos intelectuais, ao impedi-lo de evoluir profissional e de ingressar na carreira de Técnico Superior, numa Administração Pública de um Estado que se diz de Direito e Pessoa de Bem, o qual, pelas ilegalidades assim cometidas há várias décadas está mensalmente perdendo acima dos 200 € há 30 anos, e sobre estas realidades como as de professores que continuam a marcarem passo nas suas carreiras e de outros licenciados que nem vínculo ainda têm apesar de há vários anos exercerem, e sobre estes casos nada é dito nem investigado para punir quem os impõe ás vítimas dos mesmos e à sociedade. São estas as formas sérias, honestas, legais, morais e humanas de se fazer uma Gestão de Recursos Humanos pelo Estado português? Até quando portugueses e portuguesas teremos de ter concidadãos vítimas destes reais homicídios profissionais com o nosso conhecimento sem nada assumirmos para que estas vergonhas deixem de existir?

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