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Falência na banca americana. "Risco de contágio é baixo" e pode adiar subida de juros

13 mar, 2023 - 22:27 • Sandra Afonso

Responsável pelas negociações no Banco Carregosa refere que a exposição da banca europeia aos bancos regionais norte-americanos, com a informação que existe, "não parece mostrar valores que possam causar preocupação”.

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As Bolsas europeias fecharam esta segunda-feira com perdas a rondar os 3%, as maiores desde o início do ano, na sequência da falência dos bancos norte-americanos Silicon Valley Bank e do Signature Bank.

O índice português, o PSI, foi dos que menos caiu, pouco mais de 2%.

Em declarações à Renascença, João Queiroz, responsável pelas negociações no Banco Carregosa, considera que estas quedas estão a corrigir os lucros extraordinários apresentados pela banca no último ano.

A resposta rápida das autoridades norte-americanas às falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank está a circunscrever esta crise à banca regional do país, o que não afetará a banca europeia.

“A Fed [Reserva Federal], o Tesouro norte-americano e o fundo de garantia de depósitos nos Estados Unidos têm atuado de forma bastante rápida, procurando garantir o capital dos depositantes. Estando este facto centrado, o risco de contágio é baixo ou diminuto. A exposição da banca europeia aos bancos regionais norte-americanos, com a informação que existe, não parece mostrar valores que possam causar preocupação”, afirma João Queiroz.

O responsável pelas negociações no Banco Carregosa acrescenta, ainda, que os bancos europeus estão, sobretudo, expostos às grandes instituições norte-americanas.

Nos Estados Unidos, ainda podem ser anunciadas mais falências na banca regional, admite João Queiroz.

Para estancar o contágio aos grandes bancos, espera-se agora que a autoridade monetária norte-americana adapte a política monetária, o que deverá passar por uma contenção no aumento dos juros já esta semana.

“A probabilidade de um aumento da taxa de juro pela Fed na próxima reunião, de dia 22, também baixou a probabilidade de haver uma subida de 0,5%. Algumas análises apontam para que também se possa não verificar um aumento de 0,25%, com a Fed mais preocupada com a estabilização do sistema financeiro, colocando em segundo lugar a questão da inflação”, refere João Queiroz.

Já o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter o pré anunciado aumento dos juros, uma subida de 0,5% na reunião de quinta-feira, prevê o especialista do Banco Carregosa.

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