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Função Pública. Aumentos salariais começam a ser pagos esta sexta-feira

20 jan, 2023 - 05:22 • André Rodrigues Redação com Lusa

Governo insiste que estes aumentos representam uma valorização global de 5,1%, cumprindo o que está estabelecido no acordo de rendimentos aprovado em outubro. Em causa está uma valorização salarial da administração pública até ao final da legislatura até 2026. Sindicatos dizem que não chega.

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Função Pública. Aumentos salariais começam a ser pagos esta sexta-feira

Os aumentos salariais da Função Pública começam a ser pagos esta sexta-feira, com a remuneração de janeiro e, nalguns casos, ainda sem as novas tabelas de retenção na fonte corrigidas para garantir que os trabalhadores não são penalizados. Mas... que aumentos são estes e como vão ser pagos?

Mais de 120 mil funcionários são abrangidos pela subida do salário mínimo no Estado, que passa a rondar os 762 euros mensais, o que representa um aumento de 8%. Para os restantes trabalhadores, a atualização salarial será, no mínimo, de 52 euros mensais: a partir dos 2.612 euros mensais o aumento será de 2%.

Para além disso, entram também em ação valorizações salariais em função da antiguidade ou da categoria profissional.

A questão que se coloca é: estas subidas compensam a perda do poder de compra?

No caso dos funcionários que recebam o salário mínimo, e que vão receber um aumento salarial de 8%, este valor aproxima-se da inflação anual registada em 2022, que se situou nos 7,8%. Também os assistentes técnicos e operacionais que não recebam o salário mínimo mas que estejam abrangidos por este aumento recuperam poder de compra desta forma.

Já no caso dos trabalhadores que recebam a partir de 2.612 euros, os 52 euros de aumento não compensam as perdas pelo aumento do custo de vida.

No final, o que interessa para perceber se compensa são os descontos que cada funcionário público efetua todos os meses. Mas podemos fazer um exercício: se, aos 52 euros subtrairmos uma inflação de 9,6% (a inflação registada em dezembro), a perda ronda os cinco euros - valores brutos.

O Governo insiste que estes aumentos representam uma valorização global de 5,1%, cumprindo o que está estabelecido no acordo de rendimentos aprovado em outubro. O ministro das Finanças, por seu lado, acredita que esta subida responde de forma adequada às perspetivas da inflação, sem que haja previsões de aumentos salariais extraordinários.

A Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) alertou que os aumentos salariais seriam absorvidos em muitos casos pela nova tabela de retenção na fonte de IRS, tendo o Ministério das Finanças garantido que as tabelas seriam corrigidas.

As alterações vão entrar em vigor com retroativos a 01 de janeiro de 2023 e nalguns casos não deverá ser possível reduzir a retenção deste mês, uma vez que há salários que já foram processados.

"Neste mês as entidades públicas, em regra, já terão processado os seus vencimentos. Portanto o que nós faremos é estas retificações com a brevidade necessária, mas depois retroagindo os seus efeitos a 01 de janeiro", disse o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, após uma reunião com a Fesap.

"As aplicações informáticas de processamento de remunerações geridas pela Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I. P. (eSPap) estão devidamente atualizadas, nomeadamente quanto à aplicação das tabelas de retenção na fonte, e o pagamento das remunerações é iniciado em 20 de janeiro", disse à Lusa no dia 13 de janeiro fonte oficial do Ministério da Presidência.

[notícia atualizada às 07h08 de 20 de janeiro de 2023]

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