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Ano novo, novos preços. Saiba o que vai ficar mais caro em 2023

02 jan, 2023 - 08:36 • Sérgio Costa

Este ano preveem-se novos aumentos em setores como a eletricidade, a habitação e as portagens. O salário mínimo volta a subir, assim como a generalidade dos rendimentos na Função Pública, mas os aumentos não acompanham os níveis de inflação, resultando na perda do poder de compra dos portugueses.

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Este é o primeiro dia útil de 2023 e será caso para dizer: ano novo, novos preços, vida mais cara.

A viragem do ano significa, também, uma viragem desfavorável nos custos de vida dos portugueses. A atualização dos preços prevê aumentos em setores como a eletricidade, a habitação e bens essenciais.

Quanto vai aumentar do preço da eletricidade?

A electricidade aumenta 1,6% já este mês, em relação a dezembro, mas não deverá ficar por aqui. A subida será de 3,3% face à média de 2022 e é superior aos valores propostos em outubro.

Por exemplo, para um casal sem filhos com uma potência contratada de 3,45 kVA (quilovoltamperes), com um consumo 1.900 quilowatts-hora/ano, o aumento na fatura mensal é de 54 cêntimos. Para um casal com dois filhos (potência 6,9 kVA, consumo 5.000 kWh/ano), sobe 1,41 euros.

Que aumentos estão previstos na renda da habitação?

As rendas só poderão subir até 2%, devido à lei publicada pelo Governo no sentido de limitar o aumento dos custos de vida dos portugueses. A medida refere que, durante o ano civil de 2023, não se aplica o coeficiente de atualização anual de renda, havendo um travão a aumentos significativos.

Quanto às portagens, o preço também não escapa a uma subida

Os preços das portagens das autoestradas não deixam de ter um aumento significativo de 4,9%. No entanto, essa subida poderia ser muito superior, a rondar os 10%.

Por que razão o preço das portagens não aumenta assim tanto?

Insere-se no pacote de medidas que o Governo anunciou para travar subidas tão significativas. No entanto, as concessionárias não deixam de receber mais do que os tais 4,9%. Este é o aumento suportado diretamente pelos utentes, mas o Estado irá compensar outros 2,8%.

A título ilustrativo, na A5, no percurso Lisboa-Cascais, haverá um aumento de 10 cêntimos. Ida e volta, todos os dias da semana, significa uma subida de quatro euros por mês.

Em Espanha, o Governo decidiu eliminar o IVA dos bens essenciais. Por que razão não se aplica o mesmo nos supermercados em Portugal?

O ministro das Finanças duvida da eficácia da medida. Fernando Medina foi confrontado com essa estratégia de Madrid e afirma não ter qualquer dogma relativamente a essa matéria, mas alerta para a possibilidade de, apesar de ser eliminado o IVA, os preços permanecerem elevados, por via de aumentos da parte da distribuição.

Importa dizer que vários analistas e economistas defendem a ideia de que a inflação elevada é imposto escondido. O Estado está a arrecadar receitas com o IVA, numa altura em que muitos analistas dizem que esse dinheiro deveria estar ainda mais disponível para apoiar os contribuintes.

Muitas empresas não vão subir salários, mas há aumentos previstos na Função Pública. Mesmo assim, os trabalhadores do Estado estão descontentes. Porquê?

O descontentamento verifica-se, sobretudo, entre os que têm um rendimento um pouco mais elevado e que terão um aumento médio de 2%. Apesar da subida, implicará uma redução do poder de compra, na medida em que a inflação, no final de 2022, atingia um valor global acima de 7%.

No entanto, o salário mínimo sobe para 761,58 euros na Função Pública e grande parte dos trabalhadores terá um aumento acima de 50 euros em termos brutos, antes de descontos.

Importa referir que o salário mínimo nacional também sobe dos 705 para 760 euros.

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