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​OE 2023

Antigo governante quer atualização de escalões de IRS já em 2022

10 out, 2022 - 09:38 • Miguel Coelho , Cristina Nascimento

Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo de Passos Coelho, considera “irrealista” o cenário macroeconómico previsto na proposta do Orçamento do Estado para 2023.

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Antigo governante quer atualização de escalões de IRS já em 2022

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais defende uma atualização imediata dos escalões de IRS já em 2022. Em declarações à Renascença, no dia da entrega da proposta do Orçamento do Estado para 2023 no Parlamento, Paulo Núncio diz que “há muitas medidas que deviam ainda ser implementadas em 2022”.

“O Governo diz que vai atualizar os escalões para 2023, mas esquece-se de dizer que em 2022 vamos ter uma inflação de cerca de 7,4% e para 2022 os escalões do IRS não foram atualizados”, explica, alertando que se essa medida não for aplicada, “famílias portuguesas vão sofrer um fortíssimo agravamento de IRS já este ano.”

Nesta entrevista, Paulo Núncio acusa o Governo de excesso de otimismo e de traçar um cenário macroeconómico “claramente irrealista”.

“O Governo e o Primeiro-ministro no seu estilo habitual continuam a dizer que, basicamente, está tudo bem, afastando um cenário de recessão económica e dizendo que o país vai continuar a crescer.”

“A presidente do Conselho de Finanças Públicas, por um lado, prevê uma forte de desaceleração do PIB, não afastando um cenário de recessão económica”, lembrando que “não é possível afastar esse cenário com uma previsível recessão económica da Alemanha e com um agravamento da guerra na Ucrânia”, argumenta.

O Governo entrega esta segunda-feira, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado para 2023, que deverá prever um crescimento de 1,3% e um défice de 0,9% do PIB no próximo ano.

Segundo informações partilhadas entre o executivo e os partidos, avançadas por alguns deputados, a proposta do OE 2023 prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3% em 2023 e uma taxa de inflação de 7,4% este ano e de 4% no próximo.

De acordo com os partidos, deverá manter-se também a meta do défice de 1,9% do PIB prevista para 2022, mas o Governo quer uma redução para 0,9% em 2023, ano em que prevê um peso da dívida pública de 110% do PIB.

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