A+ / A-

Greve na Portway. Sindicato fala em forte adesão, empresa diz que é inferior a 10%.

26 ago, 2022 - 13:14 • Redação

SINTAC diz que adesão à greve "demonstra bem o descontentamento" dos trabalhadores, que esperam que a empresa se mostre "aberta ao diálogo".

A+ / A-

A Portway afirma que a greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), que começa esta sexta-feira e se prolonga até domingo, está a ter uma adesão inferior a 10%.

Em comunicado, a empresa alerta ainda para a possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais: "Sendo uma greve setorial, da assistência em terra às companhias aéreas, está a provocar cancelamentos de voos nas operações assistidas pela Portway nos aeroportos de Lisboa e Porto. Nos aeroportos de Faro e Funchal não são esperados constrangimentos."

Tendo em conta o impacto que a greve pode ter nas operações aeroportuárias, a empresa partilhou ainda a lista de cancelamentos, atualizada em tempo real, e as companhias aéreas afetadas por esta greve, informação que está em atualização permanente.

Com a possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais devido à greve, a empresa diz lamentar "os incómodos que esta situação venha a causar aos passageiros", reiterando que "considera esta greve um ato irresponsável, pois os motivos para a convocar não correspondem à realidade , compromete a recuperação do sector e da economia nacional num período de intensa atividade da aviação e do turismo e afeta seguramente a capacidade de a empresa traduzir a tão esperada recuperação financeira em melhores condições para os trabalhadores".

A Portway apelou ainda ao sentido de responsabilidade do SINTAC para que sejam respeitados os serviços mínimos decretados pelo Governo.

No comunicado refere que "cumpre com toda a legislação e regulamentação aplicáveis, incluindo os Acordos de Empresa em vigor e os direitos laborais dos seus trabalhadores, que incluem o direito à greve e o direito a trabalhar em plena liberdade e consciência" e reitera que "não contratou serviços externos para fazer face à greve" , acrescentando que "quem o pode fazer, legitimamente, são as companhias aéreas e aeroportos" e que a "ANAC e a ACT estão no terreno para verificar a legitimidade de todas as situações".

Sindicato pede porta "aberta ao diálogo"

Contrariamente à informação avançada pela empresa, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), a greve de trabalhadores da Portway está a ter uma adesão que vai dos 40% em Faro aos cerca de 90% em Lisboa.

"Estamos com adesão de cerca de 90% em Lisboa, 85% no Porto, Funchal entre 60 a 70% e em Faro 40 a 50% de adesão", disse aos jornalistas o dirigente do SINTAC para a Portway, Pedro Figueiredo, em declarações junto às instalações do aeroporto de Lisboa.

Para o responsável sindical, a greve "demonstra bem o descontentamento" dos trabalhadores, que esperam que, com esta ação, a empresa se mostre "aberta ao diálogo".

O sindicato reivindica o cancelamento das avaliações ao trabalhadores, que diz terem sido feitas "de forma arbitrária", para que os trabalhadores possam progredir na carreira, e, por outro lado, que cumpra o pagamento de feriados a 100%, o que, diz, não está a acontecer desde novembro de 2019.

Pedro Figueiredo denunciou ainda que a Portway, empresa de assistência em terra em aeroportos do grupo Vinci, tem cerca de 1.200 trabalhadores efetivos e o mesmo número em trabalhadores contratados a empresas de trabalho temporário, com alguns deles a ocupar cargos de chefia.

Os trabalhadores da Portway deram hoje início a uma greve de três dias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, convocada pelo SINTAC, que levou ao cancelamento de mais de oito dezenas de ligações.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+