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Itália retira candidatura e apoia João Leão ao fundo de resgate do euro

11 jul, 2022 - 15:16 • Ricardo Vieira, com Lusa

João Leão e o ex-ministro das Finanças luxemburguês Pierre Gramegna são, a partir de agora, os únicos candidatos na corrida à liderança do Mecanismo Europeu de Estabilidade.

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A Itália retirou a sua candidatura à liderança do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e, agora, apoia a candidatura do ex-ministro português das Finanças João Leão.

O anúncio foi feito esta segunda-feira, em Bruxelas, pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

À entrada para a reunião do Eurogrupo, Fernando Medina, refere que se trata de um apoio importante ao MEE, o fundo de resgate da Zona Euro, que não tinha na reunião anterior.

“Temos hoje um apoio importante da Itália, com a desistência do candidato italiano, que apoia a candidatura portuguesa. Mas trata-se de uma eleição sensível relativamente ao modelo de votação, porque é preciso que haja um candidato que reúna 80% dos votos, que não são contados por países, mas por uma chave de distribuição em função do capital que subscreveram relativamente ao Mecanismo Europeu de Estabilidade”, sublinha o ministro das Finanças.

João Leão e o ex-ministro das Finanças luxemburguês Pierre Gramegna são, a partir de agora, os únicos candidatos na corrida à liderança do mecanismo dos resgates da Zona Euro.

O alemão Klaus Regling é diretor executivo do MEE desde a sua criação, em 2012, e termina o seu mandato a 7 de outubro.

De acordo com Fernando Medina, existe então agora “um conjunto importante de apoios à candidatura portuguesa, que pelo mérito de João Leão e pelo reconhecimento do país, conseguiu obter”.

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Segundo o ministro das Finanças, Portugal tem uma “candidatura forte”, mas também “uma disposição […] de ser parte de uma solução e nunca parte do problema”.

Assim, na reunião de hoje, “vamos avaliar em conjunto com a presidência do Eurogrupo se haverá condições para ser feita uma votação ou não durante esta reunião”, concluiu Fernando Medina.

Em meados de junho passado, reunidos no Luxemburgo, os ministros das Finanças do euro adiaram por falta de consenso a discussão sobre a nomeação do próximo diretor executivo do MEE.

Na reunião anual do Conselho de Governadores do MEE, os ministros das Finanças da zona euro não conseguiram então chegar a acordo sobre um nome, com a sucessão a ter de ser decidida até 8 de outubro.

Cabe aos ministros das Finanças do euro tomar esta decisão, numa votação feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado.

Portugal, por exemplo, tem um direito de voto de cerca de 2,5%, o que compara com o da Alemanha (26,9%) e de França (20,2%), estes com maior peso na votação e com poder de veto.

Para um candidato ser eleito como diretor executivo do mecanismo, tem de ter um apoio de pelo menos 80% dos votos dos membros do MEE.

O diretor executivo do MEE é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos e podendo ser renovados apenas uma vez.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da zona euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

No anterior governo, João Leão assumiu a pasta das Finanças, depois de ter sido secretário de Estado do Orçamento, entre 2015 e 2019.

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