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Guerra na Ucrânia

Da banca aos brinquedos. Há cada vez mais empresas ocidentais a abandonar a Rússia

03 mar, 2022 - 18:46 • Sandra Afonso

A multinacional sueca Ikea, uma das que anunciou a saída dos mercados russo e bielorrusso, diz, em comunicado, que a guerra está "a provocar sérias interrupções na cadeia de abastecimento e nas relações comerciais". Da produção à venda, serão afetados 15 mil trabalhadores.

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A invasão russa da Ucrânia está a ter repercussões evidentes na fixação de empresas ocidentais na Rússia. Nos últimos dias, têm-se sucedido os anúncios de saída de várias empresas de capitais ocidentais e, até, de países aliados de Moscovo, desde bancos à indústria de transportes, passando por artigos de vestuário e calçado, mobiliário e até brinquedos.

O banco francês Société Générale, um dos maiores da Europa, já anunciou que está a cortar os riscos na Rússia, antecipando a resposta de Moscovo às sanções. Num cenário extremo, o banco admite que a Rússia pode expropriar as filiais estrangeiras.

Vários fabricantes automóveis estão a cortar ligações comerciais com a Rússia. Uma longa lista, que inclui agora também os japoneses, como a Toyota e a Honda. O grupo alemão Volkswagen, o maior fabricante europeu, anunciou esta quinta feira a interrupção da produção e as exportações para a Rússia. Mesmo o maior construtor automóvel russo, Avtovaz, anunciou paragens na produção, por dificuldade de acesso a peças.

Também a brasileira Embraer, fabricante de aviões, decidiu juntar-se à Airbus e à Boeing, neste boicote à Rússia. A alemã Lufthansa está ainda a ponderar desviar os voos de carga par aa Ásia, pelo Alasca, para evitar o espaço aéreo russo.

O grupo Ikea anunciou também esta quinta-feira que vai suspender as operações na Rússia e na Bielorrússia, é uma das primeiras empresas a estender as decisões ao aliado de Putin. Esta decisão vai afetar, directamente, 15 mil trabalhadores, desde a produção à venda.

“A guerra já tem um enorme impacto humano. Além disso, está também a provocar sérias interrupções na cadeia de abastecimento e nas relações comerciais. Por todas essas razões, o grupo Ikea decidiu suspender temporariamente as operações da IKEA na Rússia”, diz o comunicado.

A Lego aliou-se a outras empresas dinamarquesas e suspendeu o envio de produtos para a Rússia. Uma decisão que já tinha sido tomada pela empresa de navegação Maersk ou a empresa de energia eólica Vestas, que suspenderam as actividade total ou parcialmente.

Estas reação chegam ainda ao mercado das bebidas. A empresa responsável pela marca de vodka Smirnoff e a Guiness deixou de exportar para o mercado russo.

Há ainda marcas como a Nike, que decidiram suspender todas as vendas online e entregas para a Rússia. Outras norte americanas de peso já anunciaram também a suspensão no mercado russo, neste caso o lançamento de filmes, é o caso da Hollywood Disney, a Warner Brothers e a Sony Pictures Entertainment.

Nos pagamentos também há disrupção. Visa e Mastercard bloquearam várias instituições russas, que estão agora impedidas de utilizarem estas redes.

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