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ANTRAM avisa que o setor do transporte de mercadorias está em pré-rutura

29 out, 2021 - 10:37 • Cristina Branco

Transportadores de mercadorias alertam para o risco de fecho de empresas nos próximos meses, se não forem tomadas medidas urgentes de apoio. Temem, para além da crise do preço dos combustíveis, a iminência da dissolução da Assembleia da República.

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Aproxima-se um cenário de pré-rutura no setor do transporte de mercadorias devido à escalada do preço dos combustíveis, avisa a Associação Nacional de Transportadores Públicos de Mercadorias (ANTRAM), no dia em que reúne em Congresso anual. Está prevista a presença do ministro das Infra-estruturas, Pedro Nuno Santos.

Se nada for feito, e com a agravante da iminente dissolução da Assembleia da República, a associação que representa o sector prevê que, em meio ano, muitas empresas de distribuição comecem a fechar.

"Com estes preços de combustíveis, boa parte das empresas, em meio ano, começam entrar em rutura. Fecham, não é possível. E se isto não mudar, e nada faz crer que aconteça rapidamente, em meia dúzia de meses, rebentam com as empresas", alerta o presidente da ANTRAM, Pedro Polónio, em declarações à Renascença.

Perante a situação política e governativa do país, o responsável interroga-se: "Quem é o meu interlocutor neste momento?" E acrescenta temer que "por cautela, a associação comece a ouvir da tutela que, neste momento, não podem tomar determinado tipo de decisões. Se calhar algumas das medidas que foram apresentadas vão ficar em 'stand by', estamos todos nesta situação de dúvida", desabafa Pedro Polónio.

Pedro Polónio pretende dirigir um pedido de ajuda ao ministro Pedro Nuno Santos, que espera ter presente no Congresso. Na opinião da ANTRAM, não é possível, no atual momento, baixar o preço dos combustíveis, pelo que a alternativa "passa por medidas de discriminação positiva do setor público do transporte de mercadorias".

"É um setor mais eficiente no transporte de mercadorias de um lado para o outro, numa lógica harmonizada naquilo que são os interesses do Estado. Defendemos a proteção do nosso setor em detrimento do transporte privado."

O responsável exemplifica medidas, não diretamente relacionadas com os combustíveis, como descriminações positivas ao nível do IUC ou incentivos à renovação de frota, dizendo que "não resolve o problema, mas pode ajudar".

Pedro Polónio conta poder sugerir estas medidas ao ministro da tutela, para que Pedro Nuno Santos, "perante uma sala cheia, na presença dos empresários, sentindo o pulsar das pessoas possa perceber de forma mais intensa a gravidade da situação".

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